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Cena de “Piadeiros”, documentário de Gustavo Rosa de Moura que passeia por Brasil e Portugal. | Divulgação
Cena de “Piadeiros”, documentário de Gustavo Rosa de Moura que passeia por Brasil e Portugal.| Foto: Divulgação

O documentário “Piadeiros”, de Gustavo Rosa de Moura, em cartaz nos cinemas, busca por piadeiros em mais de 40 cidades brasileiras – e em duas portuguesas. São pessoas comuns, mas que nasceram com o dom do humor e que, na maioria das vezes, tem como único pagamento o prazer do momento: a boa risada. O filme traz uma narrativa leve que ajuda a captar a simplicidade de cada lugar e personagem.

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Segundo Moura, a ideia principal do documentário era não ter um roteiro fixo. Assim ele seria capaz de mostrar não só os piadeiros, mas também a procura por eles.

Nem sempre a equipe levou sorte: um possível piadeiro não foi encontrado, outro não quis gravar imagens e outro alegou ter perdido o jeito para contar piadas ao longo dos anos. Mas são justamente esses desencontros (que depois se tornaram bons encontros) que dão sabor ao filme.

Sobre a importância dos piadeiros para a cultura brasileira, Moura não sabe definir com exatidão. “O humor como um todo é uma coisa muito importante em qualquer cultura, é uma forma de expressar muita coisa. E isso vai desde questões de gênero a preconceito, certos tabus da cultura local etc.”, diz o diretor.

De fato, as piadas dizem muito sobre o pensamento geral de uma região, população e até mesmo de uma nação. Em certo momento do documentário, Gustavo faz um comentário sobre sua percepção de que piadas racistas, em frente às câmeras, já não são mais contadas. Porém as machistas e homofóbicas rolam soltas entre os piadeiros. Para o cineasta, “as pessoas não têm coragem de ser racistas publicamente, por saber que é uma atitude errada. Já a homofobia e o machismo ainda não são tabus [para muitas pessoas]”.

Mas e por que levar o filme para Portugal? “Portugal é alvo de muitas piadas dos brasileiros – todo mundo deve conhecer pelo menos uma de português. É o país de origem das anedotas, que ainda é muito forte e presente lá. Nós herdamos não só a língua, mas também a cultura dos portugueses”, diz Moura.

Este é o terceiro documentário do cineasta, que já dirigiu “Cildo” (2010) e “Consideração do Poema” (2012). Agora, ele finaliza seu primeiro filme de ficção, o “Canção da Volta”.

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