Cena do filme “Fausto”.| Foto: Divulgação

“Fausto”, de Goethe (1749-1832), o clássico da literatura em que o personagem-título faz negócio com o diabo, virou filme algumas vezes.

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Uma delas, pelas mãos de Aleksandr Sokurov, um nome querido por gente que curte cinema cabeça.

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(Por exemplo, ele já ganhou bastante atenção da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, foi convidado a fazer o cartaz de uma das edições do evento e teve toda sua filmografia exibida no festival.)

A versão do diretor russo para a obra de Goethe acaba de estrear na grade da Netflix. O filme é de 2011 e faz um retrato assombroso de uma época em que se imaginava que a alma estava contida em alguma parte do corpo (“Ali, logo abaixo do fígado, talvez?”, pergunta o ajudante de Fausto enquanto este faz uma necropsia diligente e um pouco impaciente).

Fausto não come, não dorme e não tem ninguém. Ele quer respostas para suas dúvidas, mas, quanto mais pesquisa, mais acumula perguntas.

Nessas circunstâncias, ele cogita a possibilidade de vender a alma ao diabo. Afinal, o que é uma alma? Se ele não consegue encontrá-la, é bem provável que não exista. Ele toma uma decisão no dia em que cai por uma garota.

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