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“Alone in Berlin”, de Vincent Perez, é ambientado na era nazista | Divulgação/
“Alone in Berlin”, de Vincent Perez, é ambientado na era nazista| Foto: Divulgação/

A mostra competitiva da 66ª edição Festival de Berlim prosseguiu na segunda-feira (15) com apresentação de mais três candidatos ao Urso de Ouro.

As sessões tiveram início com o bósnio Danis Tanovic, que ganhou em 2013 o Grande Prêmio do Júri no festival com o ótimo “Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro-Velho”. Ele agora está de volta com “Mort a Sarajevo”, parcialmente baseado no texto de Bernard Henri Levi “Hotel Europa” e no qual analisa o significado da identidade europeia na perspectiva da Bósnia.

O longa começa com o gerente do hotel se preparando para receber a delegação estrangeira que lembrará o centenário do assassinato do arquiduque Franz Ferdinand, que provocou o início da Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, os funcionários do estabelecimento se preparam para entrar em greve. O filme tem um viés de sátira para falar sobre os acontecimentos políticos dos países na região.

Na coletiva, o diretor disse que o filme é dirigido inicialmente para os espectadores daqueles países. “Parece que ainda vivemos no passado e não superamos a complexidade dos conflitos religiosos, culturais e políticos que culminaram naquela situação”, declarou.

“Alone in Berlin”, o outro título do dia, é um drama de Vincent Perez, ambientado na era nazista e estrelado por Brendan Gleeson, Emma Thompson e Daniel Bruhl. Adaptação do livro “Every Man Dies Alone”, de Hans Fallada, o filme recria o caso real de um casal de berlinenses no início dos anos 40.

A história segue o mecânico Otto Quangel (Gleeson) e sua mulher Anna (Emma), que traumatizados pela morte do filho no campo de batalha, passam a espalhar anonimamente por Berlim cartões-postais com ataques a Hitler. Logo a campanha é descoberta por Escherich (Brühl), inspetor da Gestapo, que inicia uma caçada aos autores das mensagens.

Perez – que nasceu e cresceu na Suíça, de pai espanhol e mãe alemã – lembrou que o livro está tendo uma espécie de retorno no mundo todo. “Por isso fizemos o filme e decidimos fazê-lo em inglês”, declarou.

Saindo um pouco da área de conflitos, também foi exibido “Crosscurrent”, de Yang Chao, o representante chinês na disputa do Urso de Ouro nesta edição. Mostrado em premiére mundial, o filme remete ao chamado “realismo mágico”, contando uma história de amor no Yangtse.

Com a excelente cinematografia de Lee Ping Bing, a trama segue um condutor de barco, atravessando o rio Yangtze , e ao mesmo tempo apresentando a história de vida de uma mulher que ele encontra várias vezes em cada porto.

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