“Boa Noite, Mamãe” é um exercício de sadismo cinematográfico à moda de “Funny Games” (1997), do compatriota Michael Haneke.
O fato de os dois filmes virem da Áustria levanta a hipótese de uma influência artística entre cineastas de diferentes gerações. Mas também a de que existe algo de perverso no caráter nacional que precisa ser desvelado por seus realizadores.
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No filme mais antigo, dois psicopatas aterrorizam uma família com uma série de brincadeiras cruéis em uma casa isolada à beira de um lago.
No novo, dois irmãos gêmeos, de 9 anos, aterrorizam sua mãe com uma série de jogos cruéis em uma casa isolada, à beira de um lago.
Portanto, “Boa Noite, Mamãe” leva o jogo de sadismo a outro nível. A crueldade agora se dá no seio da própria família, entre membros que simbolizam o paroxismo do amor: mãe e filhos.
Violência
As cenas de violência são bastante explícitas – e particularmente cruéis. Mas o filme acaba sendo menos interessante do que a promessa inicial.
A proximidade essencial entre as duas obras talvez não seja temática, e sim estética. Nas duas, o horror é tratado com frieza cirúrgica, como um cadáver a ser dissecado.
O ponto de partida de “Boa Noite, Mamãe” é a chegada da mãe à casa de campo onde estão os gêmeos, depois de uma cirurgia plástica, com faixas de gaze cobrindo sua cabeça.
Não é apenas sua aparência que está mudada, mas também seu comportamento: ela trata os filhos de forma áspera e confusa.
Os gêmeos Lukas e Elias desconfiam de que a pessoa que voltou do hospital talvez não seja sua mãe – e sim um duplo perverso.
Eles decidem, então, torturá-la para que confesse a farsa – até que uma virada na trama esclareça a situação.
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