James Bond combate velhos inimigos em “007 Contra Spectre”

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O novo James Bond é generoso com fãs mais antigos da franquia. Quarto título de uma sequência que procurou modernizar o personagem com uma versão mais pragmática do espião, interpretada pelo britânico Daniel Craig, “007 Contra Spectre” é recheado de referências, além de não falhar em reunir o que importa neste universo: ação arrebatadora, imagens deslumbrantes, conspiração internacional, carrões, fugas espetaculares, mulheres lindas e velhas tiradas.

Neste que é o 24.º filme da franquia cinematográfica, Bond combate uma organização perversa enquanto o programa que o abriga no serviço secreto britânico, o “00”, é ameaçado por novas políticas de segurança nacional.

A entidade criminosa chama-se Spectre – nome já conhecido pelos fãs dos livros e filmes do 007, assim como seu líder, Ernst Blofeld.

O vilão, um dos mais conhecidos do universo de James Bond, é vivido por Christoph Waltz – ator austríaco especialista em papeis do tipo, em que imprime um cinismo que sempre funciona.

Outros personagens vistos nos três filmes anteriores com Craig (“Cassino Royale”, de 2006, “Quantum of Solace”, de 2008, e “Operação Skyfall”, de 2012) também estão de volta.

Junto com toda a iconografia ligada a Bond, além de revelações inéditas sobre a biografia do espião – incluindo a história de sua infância.

Repetição

Este clima de tributo, no entanto, não chega a compensar alguns efeitos colaterais.

“Spectre” começa extraordinário, inserindo elementos intrigantes como a festa do Dia de Los Muertos no admirável plano-sequência que inicia o filme no México.

Também incorpora temas contemporâneos como os sistemas de vigilância de Estado, que acaba sendo um dos panos de fundo da trama.

Mas as fórmulas repetitivas dos filmes do gênero prevalecem, e o que há de mais interessante acaba sendo pouco explorado – incluindo a curta participação da italiana Monica Bellucci como uma das “Bond girls” (a principal é a francesa Léa Seydoux, que interpreta Madeleine Swann).

As quase duas horas e meia de filme são usadas principalmente para dar espaço para reviravoltas um tanto simplórias, e o conjunto não só falha em decolar como resulta longo, até entediante. É tempo demais para o que é, no fim das contas, um punhado de bobagens, ainda que executadas com maestria e recursos de encher os olhos.

Desempenho

“Spectre” dobrou o desempenho de “Operação Skyfall” (2012) no Reino Unido, batendo o recordista de bilheteria anterior, “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (2004).

Apesar do sucesso da franquia, não está claro se Daniel Craig viverá novamente o espião, que já foi vivido por Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan.

Craig não se mostrou muito simpático à ideia: disse que preferiria cortar os pulsos. Já está valendo especular sobre quem será o próximo.