A decisão de um tribunal polonês de negar a extradição do cineasta Roman Polanski para os Estados Unidos para responder por uma condenação de 1977 de manter relações sexuais com uma menor de idade foi ratificada, nesta sexta-feira (26), após o procurador de um tribunal de apelação dizer que não encontrou nenhuma justificativa para acolher recurso.
O caso do diretor premiado com o Oscar, agora com 82 anos, e que tem cidadania polonesa e francesa, transcorre em nível internacional quatro décadas após o crime, com alguns exigindo punição severa e outros argumentando que deveria ser arquivado.
“Falando por Polanski, posso dizer que sentimos um grande alívio por este caso ter terminado”, disse Jan Olszewski, um dos advogados de Polanski. “E isso significa que será possível para Polanski começar a fazer um filme planejado na Polônia.”
O Ministério Público de apelação na cidade de Cracóvia, em um comunicado nesta sexta-feira (26), informou que a sua análise dos elementos de prova recolhidos no caso mostrou que a decisão judicial anterior de negar a extradição foi correta.
Isto significa que a decisão da Polônia de não extraditar Polanski se tornou juridicamente vinculativa e não pode mais ser objeto de recurso.
Os EUA haviam solicitado à Polônia a extradição de Polanski depois que ele foi a Varsóvia, em 2014. O cineasta vive em Paris, mas também tem um apartamento em Cracóvia, no sul da Polônia.
Polanski se declarou culpado em 1977 de ter feito sexo com uma menina de 13 anos de idade, durante uma sessão de fotos em Los Angeles.
O diretor de cinema cumpriu 42 dias na prisão depois de um acordo judicial. No entanto, ele fugiu no ano seguinte para a Grã-Bretanha e, em seguida, para a França, por acreditar que a Justiça poderia anular o acordo e mantê-lo na cadeia por muitos anos.
Samantha Geimer, a vítima no caso, há muito deixou claro que acredita que o longo exílio de Polanski foi castigo suficiente.