“Battles” nasceu a partir de um curta-metragem| Foto: Divulgação/

Um tempo nebuloso é apresentado no longa “Battles”(2015), da diretora e roteirista Isabelle Tollenaere. A história começou a partir de um curta, “Viva Paradis”, filmado por ela em 2011. Ao misturar elementos de ficção com um formato mais tradicional de documentário, a cineasta consegue alcançar uma nova perspectiva sobre a naturalização da cultura da guerra.

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O filme é dividido em quatro capítulos que evidenciam os principais elementos de um conflito bélico: bombas, soldados, “bunkers” e tanques. A história gira em torno do eco de uma guerra passada, que parece não ter terminado. Em Carthage, na Tunísia, tudo tem cheiro da antiga disputa. Gerações que não vivenciaram a batalha têm em seus cotidianos todos esses elementos presentes. Crianças brincam com armas e o dia da vitória ainda é comemorado como se a guerra fosse o único acontecimento marcante da cidade.

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Serviço

Battles

Data: 17/06

Horário: 17h45, no Espaço Itaú do Shopping Crystal.

Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia)

Não é possível saber se o que acontece em “Battles” é fantasia, história ou apenas um relato da vida atual. O tempo fica borrado nas cenas do longa-metragem, exigindo do espectador uma observação apurada. O passado e o presente sempre estão em jogo, seja ao retirar bombas e explodi-las ou até mesmo em relações familiares.

A obra não é sobre pessoas que realmente passaram por um conflito – é sobre como uma guerra continua influenciando vidas, mesmo que elas não tenham nada a ver com o ocorrido. Em entrevista no Festival de Cinema de Nyon, Isabelle Tollenaere contou que o objetivo do trabalho era mostrar coisas que não seriam notadas em uma cidade pós-revolução, perceber o que significam os monumentos de guerra e o que está debaixo dos pés das pessoas – até hoje são encontradas bombas enterradas nos terrenos de Carthage.

“Battles” foi o último dos seis filmes exibidos na mostra “Novos Olhares” do Festival Olhar de Cinema, que apresenta diretores iniciantes, com um espaço dedicado à experimentação narrativa e estética – uma zona de risco ao descobrimento.