Há diferenças significativas entre o livro e o filme “Cidades de Papel”, inclusive no desfecho. E isso é bom.
Quem for ao cinema sem conhecer a história original, escrita por John Green, verá um divertido road movie adolescente que substitui as reflexões do livro por doses mais generosas de humor.
Na tela, a trama ganha vida própria, funcionando como uma adaptação que, em vez de desvirtuar, resulta em um bom complemento do livro.
A culpa é de John Green
Autor de “Cidades de Papel” escreve para adolescentes falando de alegrias e decepções, e é hoje o escritor de ficção mais vendido do Brasil
Leia a matéria completaQuentin Jacobsen (Nat Wolff), ou simplesmente Q, é um adolescente como tantos outros: vai para as aulas, se diverte com os melhores amigos (a dupla Ben e Radar), sonha em ingressar numa faculdade e tem um amor de infância.
Ela é Margo Spiegelman (Cara Delevingne), que certa noite aparece em sua janela pedindo ajuda: ela precisa dele para cumprir algumas tarefas e executar um plano de vingança.
Após a noite de aventuras, Margo simplesmente desaparece deixando algumas pistas.
Caberá a Q e seus amigos desvendar essas pistas para encontrar Margo.
O diretor Jack Schreier, quase um estreante (tem apenas um filme anterior, “Frank e o Robô”), optou por deixar de lado a complexidade dos personagens do livro para imprimir um ritmo mais ágil.
No lugar das dúvidas existenciais de Q e Margo, entram piadas (adolescentes, mas sem ser apelativas) e uma abordagem mais positiva.
“Cidades de Papel” entra no rol de filmes adolescentes que não menosprezam a inteligência do público, despertando riso e ternura na medida certa.
Aos jornalistas que viajaram ao Rio para entrevistá-lo, John Green se disse satisfeito com a adaptação, que a seu ver, “melhorou algumas coisas do livro”.
“O mais importante é que o filme manteve a ideia central”, disse.