Agora que a Disney voltou para o mar, depois de quase duas décadas após o lançamento de “A Pequena Sereia”, a mais nova heroína do estúdio de animação parece ser parte de um mundo completamente outro se comparada com Ariel.

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No filme submarino de 1989, a jovem heroína sofre, é claro, por causa de um homem distante, literalmente perdendo a voz no processo. Em contraste, no novo “Moana: um Mar de Aventuras” – que, assim como “A Pequena Sereia”, inclui Ron Clements e John Musker na direção –, a personagem principal que dá título ao filme embarca numa jornada polinésia de autodescobrimento que não envolve um par romântico.

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Moana, em outras palavras, não é nenhuma princesa Disney.

“A Disney tem de fato um legado de heroínas femininas”, diz Bill Schwab, o diretor de arte do filme responsável pelos personagens, “mas eu sinto que Moana é uma figura única”.

Historicamente, é claro, a fórmula narrativa clássica da Disney para as heroínas de suas animações sempre incluiu um interesse amoroso, desde “A Bela Adormecida” e “Cinderela” até “Frozen” e “Enrolados” (numa lista que inclui outros filmes ainda de Clements e Musker, como “Aladdin” e “A Princesa e o Sapo”). Para encontrar uma princesa Disney forte que seja uma exceção, é necessário procurar em filmes como “Valente”, da Pixar.

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No centro da individualidade de Moana está a equipe da Disney e o seu interesse em criar uma aventureira adolescente.

“Ela já foi pensada como uma heroína de filme de ação desde as primeiras versões do roteiro”, diz Schwab (de “Frozen” e “Detona Ralph”). “Isso se estende até mesmo ao funcionamento do seu figurino. Nunca perdemos isso de vista: Moana vai passar por aventuras incríveis em alto mar... falando de igual para igual com o semideus Maui”.

Como uma heroína poderosa, diz Schwab de Moana, “ela se vira muito bem sozinha”.

Espírito adolescente

Parte dessa dimensão física do papel envolve capturar o jeito específico de uma menina de 16 anos de se mexer. “Você tenta pegar esses maneirismos – o espírito de como é ser uma adolescente”, diz Schwab.

“Outra parte enorme dessa personagem”, aponta o diretor, “foi termos encontrado Auli’i”.

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Moana, a nova heroína da Disney 

Quando os cineastas descobriram a dubladora e cantora Auli’i Cravalho, nativa do Hawaii, eles encontraram um novo talento que incorporava plenamente o espírito indomável de Moana. “Ela traz consigo muito da sua própria atitude adolescente” para o papel, segundo Schwab.

Apenas algumas horas antes da estreia de “Moana”, Cravalho completou 16 anos – a mesma idade da sua personagem. “Não foi nada mal como presente de aniversário de 16 anos”, disse Schwab.

Ao elogiar a autenticidade cultural do filme na terça-feira passada, a Media Action Network for Asian Americans (MANAA na sigla inglesa), uma organização ativista a favor da representação de descendentes de asiáticos, sediada em Los Angeles, destacou a força de Moana como uma jovem personagem independente.

“Temos confiança de que as crianças de todas as idades e origens irão se identificar com Moana, uma menina destemida que conquista o que parece ser impossível, porque ela sente que é seu dever ajudar o seu povo”, disse MANAA numa declaração. “Ela é certamente uma inspiração e um exemplo para as meninas”.

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Michael Cavna é escritor, artista e cartunista, criador da coluna “Comic Riffs” e resenhista de quadrinhos para a seção de livros do The Washington Post. Aprecia a sátira bem feita em quase todas as formas.