Nem Sean Penn consegue salvar O Franco-Atirador

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Você certamente já viu esse filme. Homem com uma atividade secreta planeja seu último serviço antes de aposentar. Ele tem uma amada e planeja abandonar a vida dupla para viver em paz com ela. Porém, alguma coisa dá errado e ele se vê obrigado a sumir na calada da noite. Tempos depois o passado volta a assombrá-lo e ele precisa ir atrás de seus inimigos para descobrir a verdade. E, claro, vai reencontrar a amada.

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Em linhas gerais, esse é o roteiro de O Franco-Atirador, dirigido pelo francês Pierre Morel, estrelado por Sean Penn e Javier Bardem. É bom que se diga, não há nenhuma relação com o drama de guerra de Michael Cimino de 1978, que faturou cinco Oscar, incluindo o de melhor filme. Longe da introspecção do último, a produção que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (7) se limita a ser mais um filme de ação a enfileirar clichês para o espectador.

Morel entende de filmes de ação. Seu grande mérito foi apostar que Liam Neeson, até então um astro de dramas históricos, poderia encarnar um pai de família que se transforma em herói no eficiente Busca Implacável. Apesar de não trazer grandes novidades, o filme tinha seu charme ao equilibrar porrada e humanidade sem perder o ritmo. Frescor que faz falta em O Franco-Atirador.

Sean Penn é Jim Terrier, o franco-atirador do título, que recebe como última missão assassinar um ministro da República Democrática do Congo. Como determinam as regras, ele deve desaparecer imediatamente após executar o serviço, deixando para trás Annie (Jasmine Trinca), com quem mantém um relacionamento e planejava passar o resto de seus dias. Anos depois, quando homens armados tentam assassiná-lo, ele sai à procura dos que querem sua cabeça. A suspeita recai sobre Felix (Javier Bardem), coordenador da missão na África e que, após a partida de Jim, se casou com Annie.

Reciclar histórias conhecidas é uma velha prática de Hollywood, que rende bons resultados desde que não falte criatividade. Porém, criatividade é artigo de luxo em O Franco-Atirador. Tudo é previsível, os personagens são caricatos e mesmo as cenas de ação, que poderiam ser um último atrativo, ficam longe de empolgar.

Sobra Sean Penn, um dos grandes atores de sua geração, que ainda consegue dar um pouco de brilho a O Franco-Atirador. Ainda que esteja longe da intensidade de outros papéis, sua presença sempre consegue se impor naturalmente, principalmente ao lado de coadjuvantes que pouco ou nada oferecem.