A ideia de ressuscitar, mais de 30 anos depois, um dos personagens mais lembrados da história do cinema pode parecer desafiadora. Arriscada até. Mas não para Arnold Schwarzenegger.
Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro sobre O Exterminador do Futuro : Gênesis nesta segunda-feira (1.º), o ator disse que voltar ao papel do ciborgue T-800, que o projetou no primeiro filme da franquia em 1984, foi como andar de esqui ou dar uma volta de bicicleta: mesmo depois de anos sem praticar, você não precisa reaprender. Apenas sobe e “sai andando de novo”.
Estreia dia 2 de julho
O Exterminador do Futuro: Gênesis estreia no Brasil em 2 de julho. Filme é dirigido por Alan Taylor (Thor – O Mundo Sombrio) e, no elenco, conta com Emilia Clarke (a Daenerys Targaryen de Game of Thrones) e J.K. Simmons (o professor de música em Whiplash).
“Entro [no papel do Exterminador] muito rapidamente”, contou Schwarzenegger. “Acho que realmente fui feito para este personagem. Você é feito para uns e, para outros, talvez, nem tanto. E este realmente era para mim”, explica. E lembrou que James Cameron – criador da franquia e diretor dos dois primeiros filmes – dizia que ninguém mais além do ator austríaco poderia dizer “I’ll be back” (“eu voltarei”) e soar como uma máquina. “É o sotaque alemão”, teria respondido o ator.
Obsoleto, não
Mais dois
Schwarzenegger vai reviver Conan (de 1981), que terá uma sequência cujas filmagens devem começar ainda neste ano. E, ao lado de Danny DeVito, Schwarzenegger vai estrelar a sequência de Irmãos Gêmeos (1988), também com Eddie Murphy (e serão trigêmeos).
Schwarzenegger precisou voltar à mesma forma física que tinha no Exterminador do Futuro de 1984 – o que, aos 67 anos, exige uma abordagem mais cuidadosa, ele diz. É que, no novo filme – que tem direção de Alan Taylor e cuja ideia é recomeçar o Exterminador do Futuro por uma via independente e sem contradições com os anteriores –, o T-800 que interpreta foi enviado ao passado para proteger Sarah Connor (Emilia Clarke) anos antes da viagem ao passado do exterminador original. Quando a linha do tempo chega a 1984, o tecido humano que envolve o robô envelheceu, mas não sua capacidade funcional. “Então, preciso me certificar de que estou preparado”, contou Schwarzenegger, que, em uma das cenas, enfrenta uma reprodução de seu personagem do primeiro filme e responde, sobre sua aparência, que está velho, mas não obsoleto.
A relação com a protegida e os anos vivendo em sociedade também criaram uma versão mais humanizada e engraçada do ciborgue no novo filme da franquia. “É o que faz o filme também ser emotivo”, contou o ator. “Existe este relacionamento escrito para mim e para Sarah que é muito interessante”, diz, elogiando a escolha de Emilia Clarke (conhecida pelo papel de Daenerys Targaryen na série Game of Thrones) para o papel de Sarah Connor.
“A pergunta era se alguém como esse perfil conseguiria dar conta do nível de Linda Hamilton. Porque Linda, no primeiro e no segundo [Exterminadores] fez um trabalho tão extraordinário, era uma personagem feminina tão forte, que para qualquer mulher seria difícil chegar àquele nível”, afirma Schwarzenegger.
Além da presença de outros personagens que os antigos fãs da franquia já conhecem, como o Sargento Kyle Reese (Jai Courtney) – que, assim como o T-800, surge no mesmo ponto da história do filme original e encontra um cenário totalmente inesperado –, Schwarzenegger destaca como trunfos do filme os recursos tecnológicos (e orçamento) muito mais avançados que há 30 anos. “Com os efeitos especiais à disposição hoje, você consegue contar a história de uma forma muito mais interessante”, diz.
O ator conta ter comemorado o convite para fazer o quinto Exterminador. “Nem sempre é uma garantia que você vai ser convidado de volta. Há certas franquias que realmente funcionaram para as pessoas. Elas se apaixonaram. É uma grande honra ser chamado de volta.”