Ovelha simula o comportamento humano: humor inglês é ponto forte de filme “infantil”.| Foto: Divulgação

É bom de vez em quando sair da sociedade do discurso e entrar numa sala de cinema para 1h30 sem palavras. Assim é “Shaun, o Carneiro”, desenho animado britânico criado em 2007 com a técnica de stop-motion e bonecos em massinha, e que agora ganha um filme. É um senhor filme, em que os atores só grunhem ou dão risadinhas, e a comunicação ocorre com mímica e símbolos visuais.

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De quebra, é uma daquelas produções com boas mensagens. A primeira delas é que você pode inventar e sair da rotina, mas terá de lidar com os imprevistos decorrentes. Em se tratando do contexto rural, ver personagens com tédio da repetição diária de tarefas desconstrói de certa forma o imaginado idílio do campo – sonha-se com uma casinha no sítio achando que lá a felicidade será completa, sem lembrar que é preciso ordenhar as vacas todos os dias, alimentar os animais etc.

Enfim, Shaun é um jovem cordeiro que não aguenta mais fazer as mesmas coisas todos os dias, e dá um jeito de prender o dono, o Fazendeiro, para se divertir em frente à tevê. Porém, seu plano acaba detonando uma desventura pela qual todos vão parar na cidade grande, à mercê do temível vilão, o chefe da carrocinha.

Se caiu na preguiça lá no começo, Shaun pagará várias vezes suas dívidas por meio do trabalho em grupo e da proteção ao seu rebanho de ovelhas, que consegue passar despercebido em situações improváveis por meio da astúcia. Outra mensagem forte do filme é a necessidade de se proteger os animais, sejam eles cordeiros, cãozinhos ou... lagartos.

Em seus melhores trechos, “Shaun” cita uma cena célebre da história do cinema, e simula o comportamento humano num salão de beleza de forma a fazer você se sentir dentro de um deles. Eis o sutil humor inglês, que torna o filme mais inteligente do que a média das opções infantis, com leves cutucadas na vida da cidade grande. Claro, há chavões da animação de ação que podem ser encontrados em títulos como os “Minions”, mas é preciso sintonizar códigos que as crianças entendam – mesmo sem palavras.

Assista ao trailer:

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