“Zoom” é primeira produção brasileira a utilizar a técnica de animação em rotoscopia.| Foto: Divulgação

Não são apenas as narrativas que se cruzam em “Zoom”, filme de estreia de Pedro Morelli que chega aos cinemas. Coprodução de Brasil e Canadá, o filme ousa também ao inserir animação na narrativa convencional e unir astros brasileiros e estrangeiros.

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Filho de Paulo Morelli, que dirigiu, entre outros filmes, “O Preço da Paz”, Pedro trabalhou como estagiário em “Ensaio Sobre a Cegueira”, de Fernando Meirelles. Ali conheceu um produtor canadense, que estava à procura de um jovem cineasta e convidou-o para tocar o projeto de “Zoom”.

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No filme, falado em inglês e português, estão as brasileiras Mariana Ximenez e Cláudia Ohana, o mexicano Gael García Bernal e os canadenses Alison Pill (da série “The Newsroom”), e Jason Priestley (de “Barrados no Baile”). Com uma narrativa que abusa da metalinguagem, o roteiro lembra o estilo de Charlie Kaufman, que escreveu “Adaptação” e dirigiu recentemente a animação “Anomalisa”.

Basicamente, o filme une três protagonistas de narrativas paralelas: uma garota (Alison Pill) que fabrica bonecas e sonha em colocar silicone nos seios; uma modelo bem-sucedida (Mariana Ximenes) que tenta consolidar uma carreira como escritora; e um diretor de cinema (Gael García Bernal) que enfrenta uma crise criativa.

Além do elenco estelar e da ousadia narrativa, “Zoom” tem outro atrativo particular: é o primeiro longa-metragem brasileiro a utilizar a rotoscopia, técnica de animação que consiste em redesenhar quadros de filmagem. É o mesmo estilo aplicado nas animações “Waking Life” e “A Scanner Darkly – O Homem Duplo”, de Richard Linklater.

Para chegar ao resultado final, as cenas foram filmadas com atores (entre eles Gael García Bernal) e, posteriormente, foram redesenhadas quadro a quadro. Segundo Morelli, o trabalho envolveu 25 ilustradores, que desenharam 20 mil frames (quadros).

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