Ter conseguido resistir por 35 anos, construindo uma companhia de dança que conquistou um espaço próprio, é o maior orgulho de Hulda Bittencourt, a fundadora do Cisne Negro, que hoje divide a direção com sua filha, Danny Bittencourt. Para celebrar esse percurso de sucesso, remontaram quatro obras de seu extenso repertório e as apresentam de quinta, às 21h, a domingo, às 17h, no Theatro Municipal de São Paulo: "Cherché, Trouvé, Perdú" (2002, música de Arvo Paart, 18'), de Patrick Delcroix; "Shogun" (1990, trilha musical reunindo Milton Nascimento e Fernando Brandt, Kôdo e Ondekoza from Sado Island, 6'), de Ivonice Satie; "Cânticos Místicos" (1989, com excertos do Messias, de Haendel, 29'43''), de Vasco Wellenkamp; e "Bailantas", de Ana Mondini (1988, 21', com música ao vivo de e com Gilberto Monteiro (gaita), Eduardo Cantero (violão) e Thiago Moreira (percussão). Os ingressos custam entre R$40 e R$ 90.

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A companhia nasceu em 1977, da reunião de alunos do curso de Educação Física da USP com estudantes do Estúdio Cisne Negro, contrariando a rarefação de elencos masculinos típica da época. Esse diferencial como que prenunciou o cuidado com a formação de bailarinos que se tornaria uma de suas mais fortes contribuições para o desenvolvimento da dança. "Me sinto muito orgulhosa do cuidado que sempre tivemos com a formação de bailarinos", diz Hulda, em entrevista à reportagem.

Muito emocionada, comenta o programa escolhido para comemorar a data: "Foi uma trabalheira remontar estas quatro criações, pois desejávamos relembrar marcas importantes na nossa trajetória. Mas nunca imaginei que existissem tantos 'órfãos' de Bailantas."

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"Shogun" foi criado por Ivonice Satie em homenagem a seu avô, seu mestre de Iaidô/Shinto-Ryo, arte marcial que utiliza espadas. "Cherché, Trouvé, Perdu", de Patrick Delcroix, surgiu com o apoio dos consulados da Holanda e da França. E "Bailantas" de Ana Mondini, tem figurinos de Murilo Sola. Trata-se de um programa capaz de demonstrar o ecletismo coreográfico que tem pautado o percurso da companhia, que sempre se destacou por também incentivar coreógrafos brasileiros.

O Cisne Negro encerrou o primeiro semestre de 2012 realizando um fato inédito e conquistando um recorde: precisou dividir-se em duas companhias para atender uma agenda que transbordava e mostrou "Vem Dançar" e "Baobá" mais de 90 vezes em 20 cidades brasileiras, dentro do projeto que desenvolve para a formação de plateias. Para o próximo semestre, a companhia prepara mais uma estreia, e vai participar da Feira Internacional do Livro de Bogotá. E, no ano que vem, retoma suas apresentações no exterior voltando à Alemanha, onde é sempre bem recebida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

ServiçoTeatro Municipal (Pça. Ramos de Azevedo, s/nº). Tel. (011) 3397-0300. 5ª e 6ª, 21 h; sáb., 20 h; dom., 17 h. R$ 40/R$ 90