A legendária rainha egípcia Cleópatra foi atração no domingo (2), na 64ª edição do Festival de Cinema de Veneza. Pelas mãos do diretor brasileiro Júlio Bressane e falando português, o filme "Cleópatra" foi exbidio dentro da mostra "Mestres de Veneza", fora de competição na tradicional mostra. Alguns críticos de cinema, como o do jornal italiano "Liberazione", assistiram ao filme na sessão de sábado (1º) no Palalido e publicaram no domingo críticas elogiosas à fita de Bressane estrelada por Alessandra Negrini. A exibição foi muito bem-sucedida, segundo a imprensa internacional.
- Todos seguimos a história de Cleópatra por meio do cinema e da música, mas eu queria apresentá-la numa língua latina. Minha idéia era explorar sua lenda em português - explicou Júlio Bressane na entrevista coletiva de imprensa, concedida no domingo, em Veneza.
A seu lado estava a protagonista do filme, a atriz Alessandra Negrini, que interpreta as gêmeas Paula e Taís na novela "Paraíso tropical" e conseguiu uma folga das gravações para promover o filme em Veneza. A fita traz ainda no elenco Miguel Falabella, no papel de Júlio César, e Bruno Garcia como Marco Antonio, que não viajaram.
O filme, rodado como uma representação teatral carregada de simbolismo e em cores vivas, oferece uma aproximação "lírica, mas não mítica" sobre a rainha faraônica que ofuscou os dirigentes da Roma imperial de sua época, explicou Bressane.
- É um filme local e, do ponto de vista da linguagem, intraduzível, com imagens bem experimentais - definiu o cineasta.
Bressane (nascido no Rio de Janeiro, em 1946), que rodou todo o filme em apenas 19 dias em Copacabana, faz homenagem no filme a sua fama de autor arriscado, já creditada em filmes como "São Jerônimo" (1999) ou "Cara a cara" (1967), com os quais concorreu aos principais festivais de cinema do mundo.
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