Clint Eastwood na direção, Steven Spielberg na produção e dois filmes sobre uma sangrenta batalha da Segunda Guerra Mundial pela ilha de Iwo Jima, a cinco meses do final do conflito. "A conquista da honra" (veja trailer), que estréia nesta sexta-feira (2), examina o lado americano da história. "Cartas de Iwo Jima" (veja trailer), nas telas dia 16 de fevereiro, mostra o episódio da perspectiva japonesa. O último valeu um Globo de Ouro ao diretor e pode lhe valer um Oscar no próximo dia 25 de fevereiro. A alma e o caráter dos Estados Unidos e do Japão estão desnudos nestes dois longas.
O cenário é brutal, Iwo Jima, uma ilha sulfúrica no Pacífico, território japonês. A batalha aconteceu de 16 de fevereiro a 26 de março de 1945. Do lado americano, a força de ataque tinha 495 navios com um total de 111.308 homens, segundo a biblioteca do ministério da Marinha dos EUA.
Destes, 75.144 desembarcaram para enfrentar 22 mil japoneses. Mesmo com racionamento de suprimentos e munição, falta de cobertura aérea e naval devido às perdas nos meses anteriores, os japoneses resistiram até o fim: 21 mil mortos e os mil restantes se renderam, a maioria coreanos que faziam trabalhos forçados [estes números variam ligeiramente de fonte para fonte]. Os americanos tiveram 6.800 mortos e 17.913 feridos.
Foi o primeiro território japonês tomado pelos americanos para servir como base para os bombardeios B-29 que castigavam as principais ilhas japonesas. Ali a bandeira do Tio Sam foi hasteada pela primeira vez em solo japonês, uma imagem que ganhou fama mundial.
O baterista dos Paralamas do Sucesso, João Barone, assistiu ao filme a convite de "O Globo". Barone é um estudioso da Segunda Guerra Mundial e acaba de lançar o DVD "Um brasileiro no Dia D", sobre sua viagem à Normandia para os 60 anos do desembarque aliado, comemorado em junho de 2004. Barone levou seu jipe da época e entrevistou sobreviventes, incluindo soldados alemães e o ex-piloto franco-brasileiro Pierre Closterman, que participou do desembarque.
Os dois filmes são complementares. Algumas cenas são mostradas do lado americano e do lado japonês em pespectivas diferentes. As cenas de batalha, capazes de provocar enjôo nos estômagos mais sensíveis, são mostradas em preto e branco.
Dois livros foram usados como base dos filmes. "The flags of our fathers", de James Bradley, filho de John Bradley, um dos combatentes. Este foi lançado no Brasil pela Ediouro com o título do filme, "A conquista da honra". O segundo foi "Letters from Iwo Jima", de Kumiko Kakehashi, escrito a partir das cartas dos soldados japoneses que defendiam a ilha.
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