Banda Penitentes em ação na Toca do Coelho: tosco e elegante, estúdio fechou as portas| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Sempre teve aquela cara de bom demais para ser verdade. Depois de cerca de uns dois anos no ar, o Estúdio Toca do Coelho fechou as portas. Quem conheceu o local, tem história para contar. Quem nunca viu, perdeu. Comandado pelo multi-instrumentista, produtor e factótum Marcos "Coelho" Gusso era o "hotel algonquin" dos roqueiros do nosso torrão natal.

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Ficava na sobreloja de um velho casarão na Saldanha Marinho. Não era exatamente um bar. Mas era o lugar onde os músicos se encontravam e mostravam o que estavam fazendo.

Dava para tomar uma cerveja, descolar alguma coisa, enquanto alguma banda dava duro dentro do aquário. O Uh La La!, Os Joanetes, Penitentes, Cacique Revenge e outras formações estavam sempre por lá.

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Nos últimos tempos, nos fins de semana, rolavam uns shows "meio como quem não quer nada". Há alguns dias, eu vi lá os Easy Players (que aliás, têm algumas das melhores músicas da paróquia). E todo mundo na boa, sem alvará, sem Aifu, sem comandas e seguranças brucutus.

Boa parte da música que se faz por aqui e nós prezamos, passou por ali na curta vida da Toca. Em 2011, o Coelho produziu o projeto Garageira Curitibana.

As bandas Os Incríveis Motel Boys, Égide, Líricos Platônicos, Pie’n’Gusso, Audac, Doloris, Coexist, Mecanotremata, Psychodelic Jungle, Koti & The Arctic Hollers, Krappulas e Fabyote y Coyote gravaram discos rápidos e bons que precisam ser ouvidos.

O futuro ainda é indefinido. Não se sabe se o estúdio vai migrar, ou para onde vão os equipamentos todos. Alguma o Coelho deve estar tramando.

O certo é que a Toca foi o lugar mais legal, tosco e elegante, como a música bem-feita em Curitiba. E como saideira ainda rolou a gravação do material novo da lendária Contrabanda. Mas aí já é outra história...

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Magoo de porre no 92º

Entre a larga e justa programação do Dia Mundial do Rock, (13, sábado que vem) o meu destaque vai para a exposição Puta Porre, do artista plástico Alessandro "Magoo" Rüppel. Segundo o próprio, é um "pedacinho de sua visão turva e daltônica" sobre as criaturas da boêmia da cidade com direito a show da Cadela Maldita. A exposição acontece no 92 Graus, que no mesmo dia completa dois anos no seu novo endereço, na Avenida Manoel Ribas, 108. Ao todo, já são 22 anos de atividade.

Lydio e a cidade

Na próxima terça-feira, 16, o cantor e violonista Lydio Roberto se apresenta no projeto Solo Música, no Teatro da Caixa Cultural. Para quem não conhece Lydio, seu repertório faz um "passeio musical pelas ruas de Curitiba" com canções de compositores paranaenses como Inami Custódio Pinto, Cláudio Ribeiro, Antonio Thadeu Wojciechowski e Lápis.

Devia ser proibido

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Jovem, talentoso e gente boa, o guitarrista Rafael Rodrigues (Tarja Preta) deu seu farewell nesta semana. R.I.P.