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Imperious Malevolence: metal extremo made in Curitiba | Divulgação
Imperious Malevolence: metal extremo made in Curitiba| Foto: Divulgação

Curitiba capital do metal? Menos, gritariam os últimos headbangers que vagueiam nas madrugadas do Largo da Ordem.

Porém, no momento em que são anunciados concertos da primeira divisão do gênero, como Iron Maiden (mais uma vez), Slayer, Aerosmith e Whitesnake na cidade, a impressão é de que há algo acontecendo.

Ao que parece, a distensão do mercado de shows que causa transferências e cancelamentos a rodo, não atinge o público deste estilo difícil e apaixonante de rock-and-roll.

Neste contexto, surge o bem-vindo Doomwitness, o quarto álbum de estúdio do Imperious Malevolence.

O metal extremo dos curitibanos chega aos 18 anos de atividade com maturidade técnica e profissional de quem carrega a marca de ser a banda com maior bagagem internacional entre os grupos da cidade. Os caras já viajaram o mundo várias vezes – o que sempre rende boas histórias (leia uma delas a seguir).

Das 11 faixas do álbum, já disponíveis na internet, dá para perceber o grande cuidado de produção, a cargo de Maiko Thomé, do local Avantgarde Estúdio.

Quem conhece este tipo de música sabe das dificuldades de equalizar e mixar com qualidade a energia dos instrumentos em fúria.

São onze porradas com a marca do IM, com destaque para a faixa título em que se sobressai a bateria invulgarmente rápida de Antonio Death. Completam a banda o guitarrista Daniel Danmented e o baixo e o vocal gutural de Alex.

O excelente material vai poder ser conferido ao vivo no próximo dia 20, no Hangar, no show de lançamento do disco físico. Até lá, se pode ouvir a sonzeira no myspace/imperious malevolence.

A "carrinha" do Imperious Malevolence

Conta o baterista Antonio Death: "Na segunda tour pela Europa, moramos em Lisboa por um mês, tocando em Portugal e parte da Espanha. Porém, o que nos preocupava é como iríamos cumprir a agenda marcada com mais de 20 shows, e idas e vindas à Alemanha, Hungria, República Tcheca, Bélgica e Holanda.

O organizador da turnê então nos explicou que carros muito antigos parados nas esquinas com placas como ‘doa-se’, na realidade, eram carros com impostos e licenciamento muito caros e, portanto, eram vendidos a preços de banana.

Logo, achamos um furgão da Ford 1982, que por lá era chamado de ‘carrinha’. O dono nos vendeu por 250 euros, não sem antes dar uma gargalhada quando dissemos que iríamos à Alemanha.

Ainda assim, tínhamos de registrar o carro para seguir viagem. O que só foi possível pois havia um brasileiro no ‘Detran’ de Portugal. Com mais 50 euros ao conterrâneo conseguimos registrar um carro sem nenhuma condição.

Fomos na raça com o Ford que fazia, no máximo, 90 quilômetros por hora e esfumaçava as autobahns alemãs. Éramos ovacionados por BMWs e Mercedez Bens, que passavam buzinando e rindo de nossa ‘carrinha’.

Deste jeito, este carro nos levou por 2,2 mil quilômetros da nossa agenda e, no fim da tour, restando mais alguns shows por fazer na Espanha, conseguimos vender a ‘carrinha’ para um metaleiro belga bebum (que não notou o barulho horrível do carro após toda essa estrada e ainda nos pagou 450 euros).

Com essa grana, pudemos embarcar de avião até a Espanha, para encerrarmos a trip em um grande festival de verão em Pontevedra, próximo a Vigo."

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