20 de novembro de 1980. Uma companhia de petróleo instalou uma plataforma de perfuração num lago de três metros de profundidade. Eles tinham sondagens bem confiáveis que demonstravam a existência de reservas confiáveis de petróleo abaixo de um dos cantos do lago.
Só que alguém acabou calculando errado a posição da perfuratriz, e ela terminou atravessando o teto de uma gigantesca mina de sal de três níveis que ficava mais de quatrocentos metros abaixo do fundo do lago. E a tal da água começou a entrar.
Mas aqui a gente precisa de uma notinha sobre a engenharia de uma mina de sal: porque a questão é que à medida que eles escavam, em vez de os engenheiros irem instalando escoras e vigas, eles vão mantendo colunas de sal com função de “arrimo”. Pra sustentar o peso de todas aquelas centenas de solo acima do teto da mina.
Só que, como você e o oceano sabem direitinho, o sal se dissolve muito bem em água. E o vazamento de água doce aos poucos, e antes de alguém poder tomar providências, desintegrou as colunas.
Aí o teto da mina desabou.
E então…. pelo que antes era um furico, uma “goteira”, agora um lago inteiro entrou na mina.
Quem estava olhando de fora nesse momento viu um imenso redemoinho se formar no lago e começar a sugar a plataforma de perfuração, mais de dez barcos e algumas balsas com carros e caminhões. Nas horas e dias seguintes, até uma pequena ilha de 65 acres caiu buraco adentro.
O lago em questão se comunicava com o mar por um canal, mas a mudança do nível da água agora reverteu o fluxo desse canal, e a água do mar invadiu toda a área.
Por alguns dias, essa água que agora entrava criou uma catarata de 45 metros de altura.
Desnecessário dizer que toda a fauna, na verdade todo o ecossistema do lago literalmente foi pelo ralo. Para sempre.
O prejuízo financeiro foi incalculável.
Por sorte (e por pura sorte) ninguém morreu, mas o tamanho da catástrofe é difícil de se avaliar.
Isso aconteceu de verdade, sabe?
E é uma das coisas mais “só no Brasil” que eu conheço.
Foi na Louisiana, nos Estados Unidos.