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Quando o romance Terra Vermelha saiu em primeira edição, em 1998, já tinha história: escrito com Bolsa Vitae em 1993, foi reescrito cinco vezes, uma vez por ano, até ser publicado.

O professor Dílson Catarino, do Colégio Máxi de Londrina, apaixonou-se tanto que ousou adotar o livro, de 511 páginas, para leitura do terceiro colegial. A aluna Thais Maia, então com 18 anos, enviou ao autor a seguinte carta:

"Sorte minha estudar no Máxi e o professor obrigar-nos a ler, pois ao ver a grossura do livro, eu não iria ler por livre e espontânea vontade. Mas adorei! Me envolvi até o fim, ri, chorei, me choquei com certas situações. Esse livro me fez parar para pensar e refletir na minha vida futura."

Desde então, Terra Vermelha passou por duas editoras e cinco edições, graças a leitores apaixonados que recomendam o livro e insistem em encomendar nas livrarias, onde muitas vezes a resposta à procura é "acabou e não temos previsão"...

Mas o livro parece ter a garra de seus personagens, que lutam pelo que acreditam. Agora sai pela Editora Leya e o autor resolveu que merece ter um lançamento em Londrina, capital dos pés-vermelhos, e em Curitiba, vice-capital pé-vermelha. Este será no Museu Oscar Niemeyer, nesta sexta-feira, a partir das 19 horas.

Visitando as amplitudes do museu, o autor ficou a imaginar como se sentiriam ali os protagonistas José e Tiana, cujo amor começou num canavial, disputando quem seria o melhor cortador de cana. Ou como se sentiria ali, num prédio tão urbano, o fazendeiro Lázaro Góis, pioneiro ecologista num tempo em que nem se falava de ecologia, e que saía de Londrina a cavalo para, viajando um mês ida e volta, ir pagar em Tibagi o imposto territorial da sua fazenda encravada na floresta.

O autor ficou a matutar também como se sentiria, no edifício de concreto, o pedreiro Mané Felinto, que ralava as mãos nos tijolos e, com as mesmas mãos, era tesoureiro da Câmara Municipal, num tempo em que os vereadores nada ganhavam e a honra era o maior patrimônio. Ou como se sentiria ali o jornalista João Saldanha, que passava por Londrina a caminho da Guerrilha de Porecatu, e no hotel de Tiana e José hospedava a magreza e a valentia.

A passeata das putas. As grandes queimadas e as grandes geadas. Os rios cruzados de balsa. As estradas de intermináveis atoleiros, as nuvens de poeirão. No seu ônibus aberto dos lados, Celso Gracia recebendo galinhas como pagamento das passagens pelos colonos, e colocando no galinheiro sobre a capota. E o comerciante Zé do Cano confiantemente amontoando privadas para vender na cidadezinha ainda sem água encanada...

O mundo de Terra Vermelha, disse um leitor, é tão pleno de valores e emoções que até parece irreal..., mas é todo baseado em pessoas reais, que o autor conheceu em carne, osso e, principalmente, espírito. Se Terra Vermelha continua a apaixonar leitores, não será apenas por ser uma história de amor, amizades e lutas, mas por ser sobretudo uma profissão de fé na maior das forças, a fé na vida.

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