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Amor à Vida
TV Globo. Segunda-feira a sábado, às 21 horas. Classificação indicativa: 12 anos.
Desde o fim de Avenida Brasil e seu sucesso estrondoso, quem precisa de uma trama realmente boa para acompanhar uma novela andava carente. Depois do fiasco de Salve Jorge (que até foi encurtada por conta dos maus resultados de audiência), impossível de assistir por mais de cinco minutos, a nova Amor à Vida, de Walcyr Carrasco (que tem mais de 20 novelas no currículo, mas é estreante no horário das nove da noite) conquista. Além do ritmo interessante e de diferentes núcleos na trama, quem tem se destacado é o vilão Félix (Mateus Solano). Quem via as interpretações de bom moço de Solano (corretas, mas um tanto sem graça), com certeza vem se surpreendendo com o diretor de hospital sem escrúpulos, que faz de tudo para derrubar a própria família (menos a mãe, Pilar, interpretada por Suzana Vieira, chamada por ele de "mãe maravilha"). Gay, que não admite a orientação sexual publicamente e a camufla em um casamento frustrado com Edith (Bárbara Paes), ele conquistou o "nível Carminha" (papel de Adriana Esteves, em Avenida Brasil) como vilão. Félix é visivelmente mau caráter, mas muitas vezes é impossível não torcer por ele. Seus bordões são um caso à parte (e hilário) na novela: na última semana, ele soltou: "Eu salguei a Santa Ceia. Só poder ser". Impossível assistir sem esperar ansiosamente pela próxima pérola. Também usa apelidos carinhosos a torto e a direito, mesmo desejando o pior dos cenários para a pessoa: "meu doce" é sempre o tratamento para a irmã Paloma (Paola Oliveira), que ele deseja ver bem longe para herdar sozinho os bens da família. A moça (lindíssima), está dividida na trama entre Ninho (Juliano Cazarré) e Bruno (Malvino Salvador), escolha que, devemos admitir, não é para qualquer coração: são, talvez, os dois maiores galãs na novela.
Voltando a Félix: recentemente foi dado um toque interessante para o personagem, que está usando uma bengala para caminhar depois de tropeçar no skate do filho Jonathan (Thalles Cabral), a quem trata com maldade. O auxílio do objeto lembrou um pouco o personagem Dr. Gregory House (Hugh Laurie), da série House.
Márcia e Valdirene
Saindo no núcleo abastado da novela, uma dupla igualmente impagável é formada pela ex-chacrete Márcia (Elizabeth Savalla) e a filha Valdirene, com a ótima atuação da atriz e humorista Tatá Werneck, estreante em novelas. Frustrada, Márcia faz de tudo para que a filha conquiste um homem rico com isso, vive incentivando a garota a se enfiar nas maiores furadas, como invadir camarins de cantores sertanejos e lutadores de MMA.
É supreendente ver Savalla em um papel tão diferente do que ela vinha fazendo nos últimos anos. Sem dúvida, a experiência vasta (são 30 anos de carreira) faz com que Márcia não fique caricata, sendo uma das histórias mais interessantes da novela.
Mesmo com os personagens fortes, Amor à Vida tem uma ótima unidade, não ficando refém de determinados atores para cativar. E cativa, até os não noveleiros.
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