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Carol Dias atravessa lava-rápido no Pânico na Band: humilhação | Reprodução
Carol Dias atravessa lava-rápido no Pânico na Band: humilhação| Foto: Reprodução

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Pânico na Band

Aos domingos, às 21 horas, na Band.

No ar há dez anos – de 2003 a 2011 na encarnação anterior, na RedeTV!, e de 2012 para cá na Bandeirantes –, a versão televisiva do programa Pânico (hoje Pânico na Band) sempre fez sucesso apostando em um quadrilátero: paródias de apresentadores de tevê (Silvio Santos, Otávio Mesquita, Jô Soares, Luciano Huck, Boris Casoy, Regina Cazé e outros); entrevistas e piadas com celebridades – quase sempre da TV Globo; a exploração televisiva de pessoas "exóticas" (Charles HenriquePédia, Zina, Gorete, Pinguim); e a sensualidade das assistentes de palco, conhecidas como "panicats".

A fórmula continua a mesma, mas, de uns tempos para cá, tem sido reforçada por outro ingrediente: a misoginia (desprezo ou aversão às mulheres). No dia 22 de abril, o programa apresentado por Emílio Surita conseguiu seu primeiro recorde de audiência (16 pontos no Ibope, conquistando a liderança durante 32 minutos) quando obrigou a panicat Babi Rossi a raspar os cabelos ao vivo, diante das câmeras.

Diante desse resultado, a conclusão parece ter sido a de que o público gosta de ver as gostosonas da atração "pagando mico", passando por situações embaraçosas e/ou humilhantes. O produtor Marcelo Picon, conhecido como Bolinha, parece se divertir com as atribulações das assistentes de palco – que precisam enfrentar "provas" diversas, como saltos de bungee jump ou descidas em tobogãs de lona, sempre em trajes sumários.

Depois do episódio do cabelo de Babi Rossi, o programa voltou a pesar a mão no último dia 5, com a mesma modelo, ao obrigá-la – junto com a colega de elenco Carol Dias – a passar por um lava-rápido agarrada ao capô de um carro, conduzido pelo humorista Marcos Chiesa, o Bola.

Foi deprimente assistir às duas garotas, de biquíni na noite fria de São Paulo, esmagadas contra o para-brisa do veículo pelas pesadas escovas do lava-rápido, enquanto o humorista dirigia às gargalhadas. É bem verdade que o próprio Bola, e outros integrantes masculinos do elenco, como Guilherme Santana e Eduardo Sterblitch, também já se submeteram a brincadeiras violentas ou humilhantes – já que a atração bebe diretamente na fonte de grupos estrangeiros como o Jackass, especialistas no estilo "brincadeiras idiotas".

Mas parece que, quando os quadros envolvem as panicats, a audiência é maior. O que leva à interrogação: por que essas mulheres se submetem a isso? Evidente que elas devem ser muito bem pagas, o que, em tese, amenizaria a humilhação. Mas esse tratamento ajuda a explicar (sem no entanto justificar) reações como a do dramaturgo Gerald Thomas, que, ao ser entrevistado por Nicole Bahls, enfiou a mão por baixo do seu vestido. Se os colegas de elenco e elas próprias não se respeitam, o que esperar dos demais?

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