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Corpos e carros atrapalham a constante viagem do grupo de sobreviventes na série The Walking Dead | Divulgação
Corpos e carros atrapalham a constante viagem do grupo de sobreviventes na série The Walking Dead| Foto: Divulgação

Para as pessoas da minha geração, os zumbis são os grandes nêmeses da sociedade moderna em um universo fantasioso de monstros e criaturas metafísicas. A popularização do gênero começou a partir da década de 70, com os filmes do cineasta George Romero, como A Noite dos Mortos Vivos (1968). A figura do zumbi ganha força não só no paradoxo do morto que vive, mas também por ser talvez a única personificação mitológica cujo poder de horror é agravado pela quantidade desproporcional de criaturas para o número de viventes – talvez o medo de zumbis seja um reflexo da inadequação social da geração Y, mas isso não vem ao caso. Fato é que um seriado como The Walking Dead, que chega agora à sua segunda temporada no canal Fox e tem como foco o apocalipse zumbi e a luta desesperada de um grupo de sobreviventes, conta com os elementos necessários para se consagrar como uma legítima série de terror com grande potencial dramático.

A primeira temporada foi curta e serviu mais para ambientar o espectador no universo apocalíptico do qual parece impossível escapar com vida. Nela, conhecemos o drama do policial Rick Grimes (Andrew Lincoln), que acorda em um hospital sem a sua família e precisa reencontrá-la sem saber que seu parceiro de corporação, Shane Walsh (Jon Bernthal), empre­­endeu um caso amoroso com sua esposa acreditando que estava morto. Quando finalmente encontra o grupo com quem ela e seu filho estão, Grimes procura refúgios das constantes e numerosas hordas de zumbis baseado em palpites sobre quais cidades foram menos afetadas.

A situação nômade do grupo de sobreviventes, que inclui também a depressiva Andrea (Laurie Holden), o ágil Glenn (Steven Yeun) e o encrenqueiro Daryl (Norman Reedus), entre outros, dá deixas para toda sorte de acontecimentos randômicos, que vão desde o óbvio (lidar com uma horda de mortos-vivos) até situações desconsideradas pelas grandes produções do gênero, como a busca por mantimentos básicos e a condição precária de saúde dos companheiros. Parece ser essa a preocupação da segunda temporada, quando, já no primeiro episódio, as duas crianças que integram o grupo colocam em xeque a sobrevivência coletiva.

Apesar de extensa, a sequência de erros que complicam ainda mais a vida dos sobreviventes parece totalmente plausível ante a dificuldade de sobreviver no ambiente de The Walking Dead. Porém, a aleatoriedade dos ataques de mortos-vivos – comumente o estopim dos problemas dos grupos – ao mesmo tempo em que aumenta a tensão, tira um pouco a graça da série, que, dessa forma, sempre poderá ser agitada por uma nova horda. Resta aguardar para ver se os roteiristas da série saberão sair dessa fórmula fácil com criatividade ou tentarão reparar os próprios erros com mais obviedades. GGG1/2

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