Mesmo sem multitalentos, a atriz Luciana Paes foi uma das finalistas do quadro| Foto: Divulgação

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Artista Completão

Domingão do Faustão. Domingos à tarde. Rede Globo.

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Tire a tarde de domingo para lavar o gato com água fria, arrume o guarda-roupa que está em desordem há mais de três anos ou leve todos os seus 23 sobrinhos pra passear no shopping mais agitado da cidade. Arranje qualquer ocupação porque, por mais frustrante que ela lhe pareça, com certeza isso será como o oásis da diversão se comparado à nova atração do Domingão do Faustão.

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O programa é criticado há milênios (tá, é exagero, mas há pelos 20 dos seus 25 anos de existência). Ainda assim, vale dar o crédito a algumas tentativas criadas para recuperar a audiência ou mesmo a paciência de quem não tem tevê a cabo, ou nada para fazer no último dia de folga do fim de semana.

O quadro "Dança dos Famosos", por exemplo, foi bem-recebido nas primeiras edições. Depois ficou chato, enjoou, deu o que tinha que dar. Também teve o "Quem Chega Lá" com humoristas tentando arrancar risadas da plateia para conseguir um lugar ao sol. Esse já era difícil, um ou dois se salvavam num apanhado de 30 candangos que se apresentavam sem repertório, sem graça e sem chances.

Mas nada foi de dar tanto medo quanto a última ideia: "Artista Completão", que teve seu "capítulo" final ontem, 11. Também é uma competição só que, desta vez, o ganhador é quem mostra que está na onda dos – novos e cada vez mais atuantes – musicais. Ou seja, um artista que saiba interpretar, cantar, dançar e convencer.

O resultado é de assustar. O cenário, as músicas escolhidas e a produção de elenco já seriam o suficiente para causar náuseas. Mas a apresentação consegue chocar mais: uma sequência desenfreada de atores desengonçados, que soltam a garganta num desafinar sem fim e realizam versões de músicas que chegam a dar cólica em qualquer pessoa que tenha o mínimo de bom gosto.

Nesta primeira edição (e Deus nos poupe de uma segunda), estavam competindo Aílton Graça, Jonatas Faro, Juliana Alves, Luciana Paes, Rodrigo Andrade e Suzana Pires. Por mais bizarro que possa parecer, a atriz Luciana (a Ana Selma de Além do Horizonte) ficou entre os finalistas. Além de não ser nenhuma beldade, a moça se esgoela pra tentar atingir qualquer nota, não consegue ter o mínimo de ritmo ou rebolado e, mesmo quando está atuando (que deveria ser sua praia), parece se perder no contexto do musical.

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Depois de se debater de agonia vendo o quadro, é provável que o telespectador até fique com saudades das chatérrimas "Olimpíadas do Faustão" (1991) ou do quadro "Controle Remoto" (1990). Tudo muito ruim também, mas bem menos pior do que a nova empreitada.

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