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O Mundo Segundo os Brasileiros
De segunda para terça-feira, à 0h30, na Band.
Quero morar em todos os lugares do mundo: de Cingapura a Oslo, passando por Atenas e até Miami. Não, nunca viajei tanto na vida, na verdade, viajei pouquíssimo e não sou tão cosmopolita quanto se anda exigindo hoje. Mesmo assim, a "culpa" dessa vontade é do programa O Mundo Segundo os Brasileiros, da Band. Exibido em um horário complicado, à 0h30 de segunda para terça-feira (várias pessoas reclamam disso na página do programa no Facebook), a atração passa por diversas cidades do mundo, desde as mais batidas dos roteiros turísticos até as exóticas e inusitadas, sempre com brasileiros que vivem nos países servindo como "guias".
Nessas últimas semanas que tenho tentado acompanhar pelo menos uma parte do programa (depois corro para a internet ver o restante), descobri coisas curiosas, como o Vesak Day, tradição budista celebrada em Cingapura, mostrada por uma importadora de 26 anos, que mora na cidade-estado por conta da profissão. Por lá, é possível, ainda, ir a um café e pintar o próprio quadro, além de observar figuras um tanto inusitadas em uma das ruas comerciais. Quase uma Rua XV de Cingapura.
Outro ponto positivo do programa, além dos destinos bem variados, são as profissões das pessoas e os motivos que os levaram a morar longe de casa: tem estudante que foi com a mãe e acabou ficando, maquiadora, auxiliar de enfermagem, jornalistas, entre outros. É recorrente, ainda, ver mestres de capoeira e professores de samba, que ganham a vida lá fora ensinando os gringos gingarem.
O fato de a cidade ser percorrida por pessoas que já moram lá ajuda a sair do clichê. No programa sobre Miami, por exemplo, não se vê nenhum roteiro de compras ou afins, e é invejável a qualidade de vida: um dos brasileiros que mostrou a cidade, um fotógrafo, se locomove basicamente de skate. Há, ainda, tempo para jogar vôlei nas praias e, para residentes, nadar em academias bancadas pelo governo sai de graça já são 130 mil brasileiros na cidade. Da quente Miami para o "verão" de Oslo, na Noruega, onde todo mundo fica à beira dos rios confortavelmente em seus biquínis, com uma temperatura que não passa dos 24 graus.
Suécia
Se tivesse de escolher entre uma das cidades mostradas no programa, com certeza, seria Estocolmo, na Suécia (apesar do frio e do idioma, que soa dificílimo). Além da organização impecável, praticar esportes é um hábito disseminado (há corridas de rua somente para mulheres), e os cafés e padarias parecem maravilhosos. Um simples pão pode vir com baunilha e mascarpone (é o país cujos habitantes comem mais doces por ano, cerca de 27 quilos por pessoa), e as universidades ficam abertas full time para os estudantes. Outra: por terem uma política rigorosa de direitos dos animais, bichos de estimação precisam ficar em creches enquanto os donos trabalham (com mensalidades a quase R$ 1 mil). O que mais me deixou chocada, no entanto, foi o transporte público: caso atrase e você tiver de pegar um táxi para chegar ao seu destino, é possível reivindicar o reembolso do gasto para o governo. Nada mais justo.