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Apesar de milhares de bombas nucleares terem sido construídas por vários países, só duas foram usadas até hoje – em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. Mas existe meio bilhão de armas portáteis no mundo, como fuzis, submetralhadoras e pistolas. São as verdadeiras "armas de destruição em massa".

Essas armas leves representam apenas 10% do comércio internacional de armas, mas podem causar de 60% a 90% dos mortos em guerras. É o equivalente a uma Hiroshima todo ano e acontece principalmente na África.

Esses dados são a base para entender O Senhor das Armas, do neozelandês Andrew Niccol (diretor de Gattaca e roteirista de O Show de Truman).

O personagem principal é um ucraniano imigrado para os EUA, Yuri Orlov (Nicolas Cage), cuja família é dona de um restaurante. Ele descobre que tem mais aptidão para saciar outra "fome" da humanidade - aquela por armas.

Começa modestamente a carreira vendendo umas poucas submetralhadoras israelenses Uzi obtidas com ajuda de amigos judeus. E aproveita sua origem eslava para negociar o vasto arsenal criado pelos comunistas na Europa oriental e que perdeu sua razão de ser com o fim da Guerra Fria.

Orlov é um personagem complexo, um "diabo charmoso", como definiu o diretor em entrevista. Não tem escrúpulos em vender armas para ditadores em alguns dos países mais pobres da Terra, mas não quer ver seu filho com um revólver de brinquedo.

A recriação dos locais devastados pela guerra na África é assustadora, mas totalmente realista. A cena inicial é literalmente impactante. A trajetória de uma bala do fuzil russo AK-47 é acompanhada desde sua fabricação, transporte, e destino final - a testa de um jovem africano.

O filme dispensa sermões para condenar o tráfico internacional de armas. Basta mostrar os fatos. (RBN)

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