O Vaticano defendeu esta sexta-feira a exclusão de Daniela Mercury do concerto de Natal porque a cantora brasileira queria promover o uso de camisinha durante seu show.
- O Vaticano decidiu excluir Daniela Mercury do 'cast' não porque ela defende o uso da camisinha, mesmo que isso não seja aceito pela Igreja Católica - disse o organizador do concerto, o padre Giuseppe Bellucci, durante uma entrevista sobre o concerto que será realizado este sábado. - Ela foi excluída porque disse que, durante o concerto, falaria abertamente sobre o uso da camisinha na luta contra a Aids.
Daniela Mercury, que é embaixadora da Unicef no programa anti-Aids, foi convidada para cantar ao lado de artistas internacionais, como a sul-africana Miriam Makeba e a irlandesa Dolores O'Riordan.
- As convicções de uma pessoa são uma coisa, mas se pronunciar num caso como este é outra - disse Bellucci. - Nós temos que lembrar aos artistas, aos promotores e a todos que eles são convidados da cidade do Vaticano e todos têm que seguir o regulamento dos anfitriões.
O concerto é uma tradicional fonte de arrecadação de fundos para caridade. Não é assistido pelo Papa, mas por dezenas de cardeais e outras autoridades de primeiro escalão do Vaticano. Os shows são exibidos pela TV italiana na véspera de Natal.
A cantora brasileia disse em nota na última semana que ela lamentava a decisão, mas tinha o direito de discordar da oposição da Igreja Católica ao uso de métodos contraceptivos como uma forma de parar a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis.
Em 2003, a cantora de hip-hop Lauryn Hill chocou oficiais do Vaticano por se dirigir a eles no seu rap e fazer comentários sobre o abuso de crianças por padres americanos. Os comentários dela foram cortados da gravação e não foram ao ar na véspera de Natal.
A Igreja condena o uso de camisinhas, exceto em raras situações, porque elas são uma forma de contracepção. A Igreja diz que a fidelidade no casamento heterossexual, a castidade e a abstinência seriam os melhores caminhos para a cura da Aids.
Promover o uso de preservativos na luta contra a Aids, é visto como uma imoralidade pela Igreja já que promove um estilo de vida hedonista.
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