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Cena do filme "Thirst", de Park Chan-wook | Divulgação
Cena do filme "Thirst", de Park Chan-wook| Foto: Divulgação

Litros e litros de sangue, pústulas espalhadas pela pele, ossos quebrados, mutilações por facas, tesouras e toda a sorte de objetos cortantes. Thirst (Bak-jwi), novo filme de Park Chan-wook, é de deixar qualquer fã do gênero de terror do estilo "gore" com água na boca - e a outra parcela do público com o estômago embrulhado.

Parte da competição oficial do Festival de Cannes, o longa-metragem do diretor sul-coreano de Lady Vingança e Oldboy teve sua primeira sessão no evento nesta quinta-feira (14). Arrancou gargalhadas do público com sua dose de humor negro, mas recebeu poucos aplausos ao final da exibição.

Thirst (sede, em inglês) é uma história de vampiros inusitada que brinca, sem pudor, com todas as convenções do gênero.

O ator Song Kang-ho, de O Hospedeiro, interpreta um padre católico que, depois de se voluntariar para um experimento científico duvidoso, se transforma em vampiro. Apesar de sensível à luz do dia, imune a ferimentos e dono de uma força desproporcional, ele não tem os caninos afiados tradicionais às criaturas. Apela, assim, a formas mais prosaicas para matar a "sede": bebe sangue dos pacientes de um hospital, coleta o líquido em garrafinhas de academia, ou chupa as bolsas de doadores de sangue como se fossem saquinhos de leite de soja.

À certa altura, o padre larga a batina e se envolve com a mulher de um amigo de infância, Tae-ju (Kim Ok-vin, considerada uma das apostas do cinema sul-coreano em 2009), que se excita com as possibilidades de levar, ela também, uma vida de vampira. Barulhentas e desajeitadas, nem as cenas de sexo do casal escapam à escatologia e ao senso de humor cortante de Park Chan-wook.

Bem menos engenhoso que Oldboy, mas com diálogos e cenas para lá de criativas e bem produzidas, Thirst guarda semelhanças com a tradição dos filmes de horror trash asiáticos. Dificilmente vai agradar o júri presidido este ano pela atriz francesa Isabelle Huppert, mas se o posto fosse de Quentin Tarantino, a Palma de Ouro já teria dono.

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