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Cena do documentário "B1 - Tenório em Pequim" | Divulgação
Cena do documentário "B1 - Tenório em Pequim"| Foto: Divulgação

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"Judô para mim é um ensinamento de vida. Ensina a perder e a ganhar". Com essas palavras, o judoca brasileiro Antonio Tenório define sua paixão pelo esporte que o tornou mundialmente famoso. B1 - Tenório em Pequim, de Felipe Braga e Eduardo Hunter Moura, acompanha a trajetória do judoca nas Paraolimpíadas de Pequim, em 2008, onde ele conquistou a quarta medalha de ouro em sua categoria.

"B1 - Tenório em Pequim" acompanha Tenório desde a conquista da vaga para representar o Brasil, passando por seu treino e preparação, até as lutas que renderam a medalha de ouro. Os diretores, ambos estreantes na direção de longa, buscam não apenas o atleta, mas o homem que existe por trás do esportista, portador de uma deficiência visual de classe B1, que significa totalmente cego.

O que sobressai na figura de Tenório, mais do que a garra, é o seu companheirismo e senso de responsabilidade. São especialmente bonitas as cenas em que ele, judoca experiente, dá apoio e consolo aos mais jovens. Ele é praticamente uma figura paterna a inspirar confiança.

Braga e Hunter Moura sabem dosar bem no documentário os momentos em que Tenório está lutando no tatame e aqueles em que conversa diretamente com a câmera falando de suas ansiedades, angustias e alegrias - muitas delas ligadas ao judô e às competições.

Com cenas filmadas no Brasil, França e China, "B1 - Tenório em Pequim" traça um retrato interessante e raro sobre judocas com deficiência visual contando com a participação de diversos esportistas que cruzam o caminho de Tenório. Partindo de uma parcela particular de esportistas, o documentário abrange a importância da Paraolimpíada e dos esportes na vida dessas pessoas.

Como bem diz um atleta, o judô é um dos melhores esportes para deficientes visuais, pois a luta só começa quando um lutador toca no corpo do outro.

Ao narrar a trajetória de Tenório, Braga e Hunter Moura fazem um documentário emocionante sem nunca cair na pieguice. A vitória por si só já é emocionante e, quando acompanha a superação de uma adversidade, como a do judoca, ganha ainda mais força.

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