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O documentário "La piel vendida" (A pele vendida) é "um retrato humano do coletivo que trabalho no cinema espanhol", definou o diretor da película, Vicente Pérez Herrero, na apresentação do filme, acompanhado pelos ex-atores pornô Bibian Norai e Nacho Vidal, para quem "a vida de um ator do gênero não é dura para quem gosta".

- Queria colocar alma, coração e rosto humano nos atores pornô, buscar a intimidade de gente a quem pressupostamente ela é negada - acrescentou Pérez, sobre o filme, segundo informações do diário espanhol El Mundo.

No documentário, que estréia nesta quinta na Espanha, diferentes atores, produtores e diretores falam de sua experiência nesta indústria.

- O fio condutor é Bibian Norai, uma mulher que foi atriz e passou a diretora do gênero - conta o diretor de 'A pele vendida'.

Em torno da história de Norai transitam os testemunhos de outras atrizes, cuja vida profissional dura cerca de cinco anos.

Nacho Vidal, que abandonou recentemente a profissão para casar com a colombiana Franceska Jaimes, aparece muito menos. O diretor o entrevistou durante a pausa de uma gravação, enquanto o ator bebia suco de tomate porque, como explicava uma produtora no documentário, "melhora o sabor do sêmen".

Norai e Vidal concordam que a vida do ator pornô é normal, e sua profissão é até melhor do que outras.

- Pago uma hipoteca, tenho um carro, uma mulher e algum dia espero ser pai; não há nada de estranho nisso - afirmou Vidal.

Norai acrescenta que "as motivações, medos e ilusões são as mesmas para todas as pessoas".

Para ambos, combinar a profissão com a vida pessoal foi fácil, opinião compartilhada pela atriz Laura Brent, de 24 anos, que aparece no documentário sendo levada pelo pai às filmagens e cujo namorado, de oito anos, a compreende e apóia.

Mas nem tudo parece ser a maravilha descrita acima, como reconhece a própria Norai.

- Para muitos, trabalhar com filmes pornôs causa traumas.

É o caso de Sylvia Lancome, que também aparecem no filme de Vicente Pérez Herrero.

- Quando chego em casa não que me deitar com meu marido - diz Sylvia no documentário.

Atualmente, a Espanha produz 15 filmes pornô por ano, cada um ao custo médio de 30 mil euros.

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