O fenômeno Homem-Aranha 3 faz pensar e gera uma certa preocupação. É impressionante que um único filme, em questão de poucos dias, recupere seu orçamento multimilionário. O que mais assusta, no entanto, é a política de terra-arrasada dos distribuidores e exibidores, que, sem pudor ou piedade, reservam praticamente metade do circuito para a produção e, para isso, tiram de cartaz até mesmo títulos que estavam fazendo relativo sucesso. Quando Piratas do Caribe No Fim do Mundo estrear, no dia 25 de maio, vai ser outra hecatombe: quantas telas vão sobrar para títulos diferentes? E quem prefere outro tipo de cinema senão blockbusters?
O terceiro episódio da saga do herói-aracnídeo estrelada por Tobey Maguire não é ruim, mas é inferior aos dois primeiros filmes da série. Tem efeitos especiais e vilões demais e roteiro de menos. E o conflito psicológico de Peter Parker, tão propagado pela campanha de lançamento do longa, é raso e quase se limita apenas à mudança de cor de seu uniforme. A crise ética vivida pelo rapaz é, sobretudo, causada por um organismo externo, um alienígena parasita que potencializa sua vaidade. Quando dele se livra, Parker volta a ser o bom moço de sempre. Podia ser mais complexo esse dilema. Restam as cenas de ação, espetaculares. GGG
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