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O norte americano Jason Mraz: ficou faltando a catarse | Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo
O norte americano Jason Mraz: ficou faltando a catarse| Foto: Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Saiba tudo que rolou no Lupaluna 2009 aqui!

Música, alegria e um frio de rachar

A tenda EcoMusic cheia, pulsando no ritmo contagiante de Pedro Luís e a Parede, Los Sebosos Postizos e Funk Como le Gusta; a surf music zen-riponga de Donavon Frankenreiter, contrastando com o sertanejo pop, pirotécnico e ultraproduzido de Victor & Leo; e a house music latejante do trio Life Is a Loop – fora o vento e a garoa gelada. Esse foi o crème de la crème do primeiro dia de Lupaluna, na última sexta.

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Mraz não encantou

Trinta mil pessoas das mais diferentes tribos, do hip-hop ao sertanejo, do emorock à nova MPB, assistiram aos 50 shows distribuídos em três palcos e divididos em dois dias, na segunda edição do Lupaluna, o maior festival de música do Paraná, que teve ínício às 17h40 da sexta-feira (20) e que se estendeu até a madrugada de ontem.

Para muitos, a principal atração do sábado, segunda noite, seria o cantor norte-americano Jason Mraz. Algo faltou no show do músico, no entanto. O hit "I’m Yours" foi entoado por quase todos, de adolescentes a senhoras de cachecol, mas parece que a apresentação não foi completa. Ainda que vagasse por reggaes – houve uma citação rápida a "Three Little Birds", de Bob Marley – e dubs jamaicanos, nos quais brilharam os instrumentistas. O show parece não ter sido 100%. Pessoas circulando e conversando enquanto a música acontecia e o baixo volume da voz e do violão contribuíram para essa sensação.

Mas o norte-americano, vegetariano, que ficou uma hora meditando antes da apresentação, demonstrou que é um artista e tanto. Sua voz é flexível e, quase brincando, deu uma de tenor na metade do show. E, momentos depois, virou um barítono quando pediu para o público repetir "love, love, love".

Houve sim quem estivesse na "turma do gargarejo" e cantasse quase todas as músicas, inclusive as presentes em Waiting for My Rocket to Come e Mr. A-Z, discos anteriores a We Sing, We Dance, We Steal Things, que alavancou a carreira de Mraz por aqui.

Com um sorriso na cara

Presenciar um show da banda Móveis Colonais de Acaju é uma experiência, que pode levar você a se agachar no chão, balançar os braços e o corpo de um lado para o outro ou brincar de roda com desconhecidos. Foi o que aconteceu a partir das 1h55 da madrugada do domingo no palco EcoMusic.

A cada apresentação fica mais perceptível o diferencial dessa banda brasiliense: a sinceridade. Na atitude, na música, nas palavras ditas. Transmitem originalidade quase palpável ao fazer seu trabalho e nunca tirarem o sorriso da cara. Fazem o som mais original já visto nos últimos anos na música brasileira, que mistura ska e polka, ritmos do leste europeu e rock – há também o fator "indepen­dência como fórmula para o sucesso", mas isso fica para outro dia.

O combo de nove músicos abusou. A maioria das músicas "disparadas" pertenciam ao segundo disco, C_ompl_te, lançado neste ano pela Trama, como "O Tempo" e "Adeus". Mas sucessos do primeiro trabalho – Idem (2005) – também estavam lá, fazendo muitos fãs os entoarem como se já fossem "hinos da alegria", como aconteceu com "Copacabana". Pois alegria é a palavra-resumo dos brasilienses.

Uma banda de dez anos de estrada que se destacou em festivais independentes do Brasil ganha corpo e identidade. Agora entra no mainstream sem apelo, apenas com a força de sua arte. O show do Lupaluna é para ser lembrado por muito tempo. "Móveis, Móveis, Móveis", gritava o público às 2h56 da manhã. O eco permanece.

Colaboraram os repórteres Juliana Girardi e Márcio Renato dos Santos.

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