Pela primeira vez desde sua criação, em 2003, o FotoRio – Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro – homenageia um país estrangeiro em sua vasta programação de mostras, que se estendem por mais de dois meses por toda a cidade. A nação homenageada na edição 2011 da bienal carioca de arte fotográfica é a Itália, que celebra este ano os 150 anos de sua unificação política e, a partir de setembro, inaugura o Ano da Itália no Brasil.

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O país é tema de seis exposições de um total de 14 que o FotoRio inaugura nesta segunda (6), às 19h, para convidados, no Centro Cultural Correios, no centro do Rio. Um dos destaques é O Brasil de Fulvio Roiter, mostra de 50 imagens em preto e branco e em cores do fotógrafo que nos anos 50 percorreu o Brasil de norte a sul, a convite do então presidente Juscelino Kubitschek. Roiter é considerado o maior fotógrafo italiano vivo.

Já a mostra de Giancarlo Mecarelli tem seu foco na beleza da mulher afro-brasileira , enquanto Dopo l’Alba – Depois do Amanhecer, de Tadeu Vilani, apresenta 30 fotografias e um vídeo sobre a imigração italiana no Rio Grande do Sul, com ênfase nos costumes e na arquitetura.

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Fazem parte ainda da homenagem à Itália as mostras Muitos, de Antonio Biasiucci, apontado como um dos grandes nomes da fotografia na arte contemporânea europeia, e a instalação História, Memórias e Segredos de Família, de Lorena Vaschetti, sobre a trajetória de uma família em processo de imigração da Itália para a Argentina.

"Um festival de fotografia é uma coisa viva, que vai se transformando ao longo dos anos. Nós vimos que homenagear um país a cada edição seria uma boa maneira de mapearmos a fotografia internacional’, afirma Milton Guran, idealizador e curador do FotoRio. "Resolvemos começar pela Itália, porque, além de estar celebrando os 150 anos de sua unidade a partir de setembro, promove o Ano da Itália no Brasil."

Segundo Guran, na próxima edição o evento vai homenagear a Alemanha, também por dois motivos relacionados ao calendário: 2013 será o Ano da Alemanha no Brasil, enquanto o nosso país vai ser o homenageado da Feira de Livros de Frankfurt, considerada a mais importante do mundo.

Fora da representação italiana, o espaço de 3 mil metros quadrados do Centro Cultural Correios abriga mostras de renomados fotógrafos brasileiros, como Flavio Damm, Walter Carvalho e Nair Benedicto, e de outros países. Guran chama a atenção para a exposição dos irmãos Vargas, fotógrafos peruanos do início do século 20. "É, sem dúvida, uma das mais impactantes e instigantes do FotoRio 2011", afirma, sobre essa mostra, organizada em conjunto com a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

As exposições no Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20) ficam em cartaz até 17 de julho e podem ser visitadas de terça a domingo, das 12 às 19h. Aberto no dia 30 de maio, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o FotoRio 2011 tem ao todo 60 exposições em 40 espaços culturais da cidade, todas com entrada franca. A cada semana, são inauguradas mostras, numa sequencia que se estende até 19 de agosto, data em que se comemora o Dia Internacional da Fotografia.

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No dia 7, serão abertas mais duas, na Caixa Cultural, também no centro do Rio. Uma delas, do fotografo Virgilio Calegari, também faz parte da homenagem à Itália. No mesmo dia, no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, em Santa Teresa, a mostra Viva Favela expõe imagens do povo sobre os projetos de inclusão visual na cidade do Rio de Janeiro, e no dia 14 exposições serão inauguradas Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF). Ainda em junho, outras mostras serão abertas no Instituto Moreira Salles e no Museu Nacional de Belas Artes.

A programação completa está disponível no site www.fot.br.