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O diretor dinamarquês Daniel Espinosa e o roteirista David Guggenhein procuram a todo o tempo roubar o referencial do espectador de Protegendo o Inimigo, que estreia hoje nos cinemas. Logo ao começo do filme, Matt Weston, personagem interpretado por Ryan Reynolds, aparece mentindo para sua namorada enquanto invade um local suspeito. A típica imagem de fora da lei internacional, entretanto, desaparece quando ele se revela um agente da CIA instalado na África do Sul, trabalhando como "zelador" soldado que monta guarda em instalações da Agência Central de Inteligência espalhadas pelo mundo.
A próxima cena também confunde: um homem misterioso, interpretado por Denzel Washignton, recebe um igualmente misterioso material que o leva quase instantaneamente a ser perseguido por assassinos profissionais. Sendo perseguido pelas ruas de Cidade do Cabo, no mesmo país, refugia-se no Consulado Americano, onde o espectador acha que estará seguro. Outro engano: o homem trata-se de Tobin Frost, um ex-agente da CIA considerado um dos maiores traidores de seu país. Preso e interrogado na instalação guardada por Weston, Frost parece mesmo perdido até que a casa é invadida e a equipe de interrogadores é assassinada. Obrigado a se responsabilizar pelo prisioneiro, Weston parte em busca de um abrigo enquanto tenta manter a custódia de Frost e escapar dos assassinos que estão atrás deles e de quebra, provar que não está aliciado com o traidor, como a circunstância suspeita sugere. Os referenciais do espectador mudam conforme o filme se desenvolve.
Poderia ser um clássico filme de espionagem, mas com altas doses de ação, tiroteio e perseguições de carro pela África do Sul, Protegendo o Inimigo retém sua linha de entendimento no nível mais superficial possível. Uma escolha legítima para ditar o bom ritmo do longa, mas que pode incomodar espectadores desejam respostas para as muitas perguntas deixadas no ar. O aparente dilema ético do personagem de Ryan Reynolds.