Se alguém foi ao Guairinha neste domingo (31) à noite para ver a Renata Sorrah de Heleninha Roitmann se surpreendeu com a versatilidade da atriz, sua sintonia com a curitibana Cia. Brasileira de Teatro, com quem fez sua primeira parceira em "Esta Criança", e sua entrega à direção de Marcio Abreu.
A montagem sobre texto do francês Joël Pommerat rendeu ao grupo quatro troféus do Prêmio Shell na etapa Rio de Janeiro, entregue neste mês: melhor direção, atriz, para Renata, cenário (Fernando Marés) e iluminação (Nadja Naira).
O público curitibano conferiu agora a procedência de tamanho entusiasmo. A força das palavras é catalisada pela potente interpretação com que os quatro atores (além de Renata, Giovana Soar, Ranieri Gonzalez e Edson Rocha) fazem prender a respiração o tempo todo.O espetáculo é composto por cenas que retratam relações familiares, em que a culpa, a raiva contida e o medo são constantes.
Enquanto os atores se alternam entre pais, mães e filhos numa velocidade que dispensa a ilusão teatral, sem entradas e saídas da coxia, o jogo de sombras, cenários enviesados que se movem e a disposição dos personagens em cada cena compõem com o texto uma comunicação poderosa.
É assim, por exemplo, quando Ranieri faz o pai de Renata, ele numa cadeirinha, ela portando mochila vermelha e parecendo imensa diante dele. O espectador esperançoso do domingo à noite reza por uma possibilidade de redenção, e ela vem. Perdão, pai, mãe, filho. Quero ser melhor.Nesta segunda acontecem duas sessões, mas restam poucos ingressos.
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