Já está disponível, desde a última terça-feira (17), a plataforma colaborativa Afroflix. Semelhante ao Netflix, provedor de filmes e séries de televisão via streaming, o Afroflix tem o diferencial de disponibilizar produções com, pelo menos, uma área de atuação técnica ou artística assinada por uma pessoa negra.
A plataforma é aberta e gratuita para todos, e por enquanto conta apenas com conteúdos brasileiros. São filmes, séries, web séries, programas diversos, vlogs e clipes produzidos ou escritos ou dirigidos ou protagonizados por pessoas negras, de acordo com a definição do site oficial.
Entre as produções disponibilizadas, estão filmes como o aclamado “Branco Sai, Preto Fica”, de Adirley Queirós, além de documentários, como “Mwany”, de Nivaldo Vasconcelos, assim como longas experimentais ou de ficção, entre outros. Todos os conteúdos são inscritos gratuitamente e não possuem fins lucrativos ou patrocinadores.
Para colaborar com o envio ou sugestão de material, o conteúdo enviado deve ser inscrito por uma pessoa participante da equipe de produção, que pode ser negra ou não. A inscrição passa por uma curadoria, para, em seguida, a produção do Afroflix entrar em contato com a equipe dos conteúdos inscritos para comunicar que a inscrição foi recebida.
A participação é feita através do site da plataforma, nas categorias “Inscreva” ou “Indique”.
Diversidade
A plataforma, que visa valorizar as produções criadas e estreladas por pessoas negras, é lançada após o crescimento da discussão sobre a falta de diversidade em premiações cinematográficas.
O Oscar 2016, que foi boicotado por nomes como Spike Lee e Jada Pinkett e Will Smith, não teve nenhum ator ou atriz de minoria entre os indicados pelo segundo ano consecutivo, o que provocou protestos contra a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, entidade que organiza o Oscar.
O padrão se repete entre as mulheres, como destaca uma pesquisa conduzida por Darnell Hunt, líder do Centro para Estudos Afro-Americanos Ralph J. Bunche, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que examinou os 200 filmes mais importantes lançados em 2012 e 2013, assim como todos os programas da TV a cabo e televisão aberta exibidos na temporada 2012-2013.
Segundo ele, entre os diretores dos estúdios de cinema americanos, 94% são brancos e 100% homens. Os executivos com os principais cargos são 92% brancos e 83% homens. O mesmo padrão se repete na televisão.
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