Confirmando o favoritismo, o seriado "Família Soprano" foi o grande vencedor da 59ª edição do Prêmio Emmy, no domingo (16) à noite, em Los Angeles (EUA). A série recém-terminada sobre o dia-a-dia de uma família de mafiosos e exibida no Brasil pelos canais HBO e SBT faturou três dos 15 prêmios a que concorria: melhor seriado dramático (derrotando "Boston legal", Grey's anatomy", "Heroes" e "House"), direção (Alan Taylor) e roteiro (David Chase). O restante dos prêmios da noite de gala da TV americana foi bem pulverizado na cerimônia de mais de três horas comandada por Ryan Seacrest, apresentador do "American idol", direto do Shrine Auditorium transformado em uma grande arena.Entre as surpresas da noite, "30 Rock" - estrelada pelo roliço Alec Baldwin e exibida no Brasil pelo canal pago Sony - bateu a favorita "Ugly Betty" e ficou com o título de melhor série de comédia do ano. Mas ficou só com este prêmio.
Premiadíssima no Globo de Ouro no início do ano, "Ugly Betty" - série baseada na novela colombiana "Betty, a feia" (exibida no Brasil pela Rede TV!) - não fez feio e abocanhou dois troféus dos 11 a que concorria, o de melhor atriz para America Ferrera, e o de direção para Richard Shepard. E uma boa notícia para quem não se agüenta mais de curiosidade para assistir ao programa-sensação nos EUA: o canal pago Sony vai exibi-lo a partir de novembro. O melhor ator do gênero foi para Rick Gervais, de "Extras", que não compareceu. O roteiro de comédia ficou com Greg Daniels, de "The office". Jeremy Piven, de "Entourage", foi escolhido o melhor ator coadjuvante e Jaime Pressly, por "My name is Earl", a melhor atriz coadjuvante.
- Ganhar este prêmio foi a melhor coisa da minha vida - confessou Jaime, a primeira a chorar copiosamente com o troféu dourado nas mãos.Na categoria drama, vencida por "Família Soprano" que tomou a arena no fim e criticou o atual governo americano -, o melhor ator (outra surpresa) foi para o também roliço James Spader, por seu trabalho na série "Boston legal - Justiça sem limites", derrotando o favorito James Gandolfini, o Tony e a Carmela Soprano de "Família Soprano", que já havia vencido três vezes seguidas. Spader agradeceu com a voz embargada. A melhor atriz em série dramática foi para a veterana Sally Field, por seu papel em "Brothers and sisters". Pano rápido: Sally esbanjou histeria em seu discurso de agradecimento. A melhor atriz coadjuvante na categoria drama foi Katherine Heigl, de "Grey's anatomy". Já o ator coadjuvante ficou com Terry O'Quinn, de "Lost", exibida no Brasil pelos canais AXN e Globo.
A minissérie "Broken trail", pule de dez para abocanhar suas categorias por conta das 16 indicações, confirmou o favoritismo e foi premiada como melhor minissérie, melhor ator coadjuvante para Thomas Hayden Church e melhor ator para o veterano Robert Duvall (que levou o primeiro Emmy de sua carreira e rendeu ao gênero "western"). A inglesa Helen Mirren ficou com o troféu de melhor atriz de minissérie por seu papel em "Prime suspect", que faturou ainda melhor direção e melhor roteiro, empatando em número de prêmios com "Broken trail".
Entre os telefilmes também não houve surpresa: "Bury my heart at Wounded Knee" foi eleito o melhor filme para a TV.
Outro grande premiado da noite foi o cantor Tony Bennett. Seu especial "Tony Bennett: An american classic" venceu nas categorias melhor especial musical (que contemplava ainda programas de variedades e humorísticos), direção de musical e performance individual para o próprio cantor. O simpático cantor também subiu ao palco central para um dueto com Christina Aguilera.O ex-vice presidente americano Al Gore levou o prêmio interativo da noite com sua "Current TV", totalmente feita com material enviado pelos telespectadores do canal. Seguindo a premiação, o melhor reality show da TV americana foi "The amazing race", cuja versão nacional, batizada de "Corrida milionária", tem estréia prometida para o mês que vem na Rede TV!.
No mais, a festa do Emmy foi arrastada, com o novato Ryan Seacrest parecendo um mero coadjuvante (teve bloco - dos intermináveis 14 no total - que ele nem deu as caras) e fazendo piadinhas sem graça, mas bem ao gosto do público americano. Eis um exemplo: pouco depois de se gabar de ser o único apresentador do Emmy que saberia a marca do vestido e do sapato da estonteante Eva Longoria (a Gabrielle Solis de "Desperate housewives"), o rapaz se dirigiu a Marie-Louise Parker, de "Weeds" (atração do canal a cabo GNT no Brasil) e mandou esssa:
- 'Weeds é um ótimo programa. E um ótimo "after hours" também! - bradou, para risos da platéia, ao comentar o seriado estrelado por Parker sobre uma mãe que sustenta sua família comercializando maconha.
Outro ponto negativo foi o uso maciço do "teleprompter" (aparelho que passa o roteiro a ser lido numa tela), que parece que não foi ensaiado pelos apresentadores-celebridades. A maioria se enrolou e parecia estar lendo mesmo. O ator Jeremy Piven, de "Entourage", fez até piada anunciando os indicados bem pausadamente, como se estivesse lendo na hora.
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