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Taxista depilou o corpo inteiro e fez uma tatuagem para ganhar o fusca | Gazeta do Povo
Taxista depilou o corpo inteiro e fez uma tatuagem para ganhar o fusca| Foto: Gazeta do Povo

Premiados

Longas brasileiros

Filme (júri oficial) – Castelar e Nelson Dantas no País dos GeneraisFilme (júri popular e crítica) – Deserto FelizDireção – Paulo Caldas (Deserto Feliz)Roteiro – Olho de BoiAtor – Gustavo Machado (Olho de Boi)Atriz – Ingra Liberato (Valsa para Bruno Stein) Fotografia – Deserto FelizMontagem – Castelar e Nelson Dantas no País dos GeneraisDireção de arte – Deserto FelizMúsica – Deserto FelizPrêmio Especial do Júri – CondorPrêmio Qualidade Artística – Victor Biglione (música de Condor)

Longas estrangeiros

Filme (júri oficial) – Nacido Y CriadoFilme (júri popular e crítica) – O Banheiro do PapaDireção – Pablo Trapero (Nacido Y Criado)Roteiro – O Banheiro do PapaAtor – César Troncoso (O Banheiro do Papa)Atriz – Virginia Méndez (O Banheiro do Papa)Fotografia – Nacido Y CriadoPrêmio Especial do Júri – Paulo Leduc (diretor de Cobrador – In God We Trust)Prêmio Excelência de Linguagem Técnica – O Banheiro do Papa

Curtas 35mm

Filme (júri oficial) – Alphaville 2007 d.C.Filme (crítica) – Satori UsoDiretor: Esmir Filho (Saliva) Ator – Francisco Gaspar (O.D. Overdose Digital)Atriz – Caroline Abras (Perto de Qualquer Lugar)Roteiro – Alphaville 2007 d.C.Fotografia – Satori Uso Montagem – Alphaville 2007 d.C.Direção de Arte – Balada do VampiroMúsica – Balada do VampiroPrêmio Aquisição Canal Brasil – Satori Uso e Perto de Qualquer Lugar

Gramado (RS) – Terminou em muita confusão a cerimônia de premiação do 35.º Festival de Cinema de Gramado, realizada durante a noite do último sábado e que consagrou como melhor filme o semidocumentário "Castelar" e" Nelson Dantas no País dos Generais", do diretor mineiro Carlos Prates.

A organização do evento simplesmente esqueceu de entregar sete prêmios técnicos para longas e curtas-metragens, entre eles, dois para o curta curitibano "Balada do Vampiro", de Estevan Silvera e Beto Carminatti.

Para completar, perto do final da cerimônia, o poeta local Elias Vidal, 31 anos, invadiu o palco para tentar fazer um protesto – ele veio diretamente do mezanino do Palácio dos Festivais, do qual pulou para a platéia, assustando os espectadores presentes. Enrolado nas bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Sul, o manifestante não conseguiu se expressar, pois foi rapidamente retirado do local de forma truculenta pelos seguranças, enquanto o público gritava "Deixa falar! Deixa falar!", vaiando a ação.

Em um misto de perplexidade e ironia, o ator José Wilker, mestre de cerimônias, disse: "É um momento sempre encantador quando o povo quer falar". A atriz Julia Lemmertz, que naquele momento entregaria o troféu de melhor longa brasileiro, completou: "Violência sempre gera violência". A cerimônia estava sendo transmitida ao vivo pela tevê paga, no Canal Brasil.

Em entrevista a jornalistas, do lado de fora do Palácio dos Festivais, Vidal explicou que sua manifestação era para protestar contra políticos e empresários de Gramado. O poeta alega ter feito o projeto da calçada da fama do evento de cinema que, no entanto, teria sido realizado pelas autoridades locais sem lhe dar nenhum crédito.

A comissão organizadora do festival publicou uma nota oficial no site do evento (www.festivaldegramado.net) manifestando-se apenas sobre a não entrega dos prêmios técnicos, justificando que eles não fazem parte da premiação oficial, pois são parte de um projeto experimental de avaliação dos filmes. Mas os premiados aparecem na lista oficial de vencedores da mostra gaúcha, apresentada no mesmo site na nota "O Kikito vai para..."

As sete categorias – montagem, direção de arte e música das competitivas de curtas e longas brasileiros, e Prêmio Excelência de Linguagem Técnica da competitiva de longas estrangeiros – foram avaliadas por um júri formado por estudantes de escolas de cinema.

Informações extra-oficiais da assessoria de imprensa do evento informam que, na realidade, teria havido um erro na transmissão televisiva, suprimindo o bloco da cerimônia em que os prêmios técnicos seriam apresentados. "É lamentável. Do ponto de vista de reconhecimento e visibilidade nacional de nosso trabalho, não vai haver segundo take", comentou Beto Carminatti, um dos diretores de "Balada do Vampiro", em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

"Um festival dessa grandeza não pode cometer um erro desses. Foi uma semana tão boa aqui em Gramado para a nossa equipe, mas tudo foi perdido", completou Estevan Silvera, também diretor do filme. O curta paranaense ganhou os prêmios de melhor direção de arte e melhor música – mas não foi confirmado se os respectivos Kikitos vão ser mesmo entregues.

Prêmios ao cinema do Paraná

O cinema do Paraná ainda ganhou três importantes prêmios no Festival de Gramado 2007, com o ótimo "Satori Uso", filme do paulista Rodrigo Grota, radicado em Londrina: melhor curta-metragem pelo júri da crítica, melhor fotografia para o veterano Carlos Ebert (fotógrafo do clássico "O Bandido da Luz Vermelha", de Rogério Sganzerla) e Prêmio Aquisição do Canal Brasil (juntamente com o curta paulista Perto de "Qualquer Lugar", de Mariana Bastos).

"Esses prêmios representam um grande reconhecimento ao nosso curta, o primeiro em 35mm feito em Londrina", comenta Grota, que vai participar, no fim deste mês, da Mostra Internacional de Curtas de São Paulo e que já foi convidado para outros dois festivais internacionais, em Barcelona (Espanha) e Toulouse (França).

Vencedores

Além do prêmio de melhor filme, "Castelar e Nelson Dantas no País dos Festivais" levou o troféu de melhor montagem – um daqueles que não foi anunciado na cerimônia de premiação. Em número de Kikitos, o grande vencedor do Festival de Gramado foi o longa pernambucano "Deserto Feliz", de Paulo Caldas – melhor filme pelo júri popular e pela crítica, e melhores direção, fotografia, direção de arte e música.

Os outros filmes premiados na competitiva de longas brasileiros foram: "Olho de Boi", melhor ator para Gustavo Machado e melhor roteiro; Condor, prêmio especial do júri e Prêmio de Qualidade Artística (para o músico Victor Biglione); e "Valsa para Bruno Stein", melhor atriz para Ingra Liberato.

O vencedor principal entre os longas estrangeiros foi a produção argentina "Nacido Y Criado", de Pablo Trapero, que recebeu os Kikitos nas categorias de filme, direção e fotografia. Mas quem levou mais troféus foi a co-produção uruguaia-brasileira O "Banheiro do Papa" – melhor filme pelo júri popular e pela crítica, melhores ator (César Troncoso), atriz (Virginia Méndez) e roteiro, e Prêmio Excelência de Linguagem Técnica.

Os dois filmes latinos representaram os melhores momentos do Festival de Gramado 2007, juntamente com o lançamento do excelente "Jogo de Cena", novo documentário do mestre Eduardo Coutinho (Edifício Master), apresentado fora de competição na última sexta-feira. No mesmo dia, o diretor foi homenageado com o primeiro Kikito de Cristal, homenagem especial criada este ano – a frágil peça seria quebrada na própria sexta-feira, segundo informação do diretor curitibano Estevan Silvera, que conversou com Coutinho após a sessão do documentário.

O melhor curta-metragem foi o paulista "Alphaville 2007 d.C.", de Paulinho Caruso. O também paulista Emir Filho recebeu o Kikito de melhor diretor da categoria por "Saliva".

A confusão foi tão grande no fim da premiação que nem foi feita a tradicional reunião dos vencedores, com seus respectivos Kikitos, no centro do palco do Palácio dos Festivais. O final desastroso prejudica ainda mais um evento que tenta recuperar o prestígio perdido nos últimos anos.

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