Um drama amoroso italiano estrelado por Monica Bellucci vai abrir o festival de cinema de Roma deste ano, que terá presença menor de Hollywood e será marcado por muitos filmes italianos, disseram os organizadores na quarta-feira.
A programação do festival, que inclui 21 filmes italianos, parece refletir a mudança de rumo pedida pelo novo prefeito de Roma, Gianni Alemanno, que quer menos glamour importado dos EUA e um foco maior sobre produções nacionais.
"O festival deste ano vai focar filmes italianos, muito mais que nas duas edições anteriores", disse a coordenadora do evento, Piera Detassis, ao apresentar a programação do evento que acontecerá entre 22 e 31 de outubro.
"Aproveitamos o momento de calmaria do cinema americano para focar alguns atores europeus que são os melhores de sua geração", disse ela, acrescentando que o tapete vermelho estará "um pouco menos vermelho que de costume".
Apesar disso, astros internacionais como Keira Knightley, Colin Farrell e Viggo Mortensen devem comparecer, enquanto Al Pacino receberá um prêmio pelo conjunto de sua obra.
Um dos destaques do festival será "8", uma coletânea de oito curtas-metragens inspirados nas Metas do Milênio da ONU para o combate à pobreza, que deverá levar a Roma uma série de diretores aclamados, entre eles Gus Van Sant e Jane Campion.
Seis títulos de cineastas italianos estão entre os 20 da competição principal, incluindo "L'Uomo che ama" (O homem que ama), com Monica Bellucci, que vai abrir a maratona de filmes.
Outros destaques incluem dois filmes já apresentados no festival de Toronto no mês passado: o romance do século 18 "The Duchess", com Keira Knightley, e o drama policial "Pride and Glory", com Colin Farrell e Edward Norton, que será o único filme americano na competição.
O drama francês "The Sea Wall", com Isabelle Huppert, também está na competição principal.
O festival de cinema de Roma foi criado em 2006 pelo antecessor de centro-esquerda de Alemanno na prefeitura de Roma, Walter Veltroni, cinéfilo cuja candidatura a primeiro-ministro foi endossada publicamente por George Clooney, mas derrotada por Silvio Berlusconi.
Em suas duas primeiras edições, o festival de Roma virou rival do venerável festival de Veneza, mas seu futuro foi posto em dúvida quando Alemanno, eleito em abril, declarou querer promover o cinema italiano em detrimento dos astros e estrelas de Hollywood.