As 62 fotografias da exposição "Marilyn Monroe - O mito" - que tinha abertura marcada para esta terça-feira no Museu de Arte Moderna do Rio - estão retidas na Receita Federal em São Paulo porque, segundo órgão, a empresa responsável por trazer as imagens deixou de apresentar documentação necessária para a admissão temporária e sem tributação. De acordo com a Receita, a empresa importadora terá que realizar uma mudança contratual que a permita exercer este tipo de atividade.
- O que acontece é que o pessoal gosta de dar um jeitinho brasileiro. Pegaram uma empresa do ramo de importação de material elétrico para importação de obras de arte e tudo que vem catalogado como obra de arte, e não como algo mais específico e concreto, está sujeito à perícia. Se eles não tomaram as providências para a liberação no tempo adequado, não podem colocar a culpa na alfândega - explica o inspetor responsável pela apreensão no Aeroporto Internacional de Cumbica, José Antonio Gaeta.
Para facilitar a liberação das 62 fotos do acervo do fotógrafo americano Bert Stern, a Receita aceitará apenas o protocolo de mudança contratual da empresa importadora, que possibilite a importação de obras de arte. A organização já apresentou o outro documento solicitado, que reclassifica as fotos como litogravuras, o que libera as obras da perícia.
A assessoria do órgão federal negou as informações dos organizadores da mostra de que a retenção se devia ao fato de os fiscais não considerarem as imagens obras de arte. A organização da mostra entrou com uma liminar na Justiça pedindo a liberação das obras.
- É uma pena, porque as obras são lindas. Elas já foram parte de uma grande exposição em Paris e agora, no Brasil, chega uma pessoa e diz arbitrariamente que elas não são arte - desabafa o curador da exposição, Geraldo Jordão Pereira
As fotos do acervo do fotógrafo americano Bert Stern que compõem a mostra estão presas há dez dias porque fiscais da Receita do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Caso as fotos sejam liberadas por conta da liminar ainda nesta terça-feira, a exposição poderá ser inaugurada na quinta.
Últimas fotos
As fotos da exposição "Marilyn Monroe - O mito" fazem parte do último ensaio fotográfico da atriz, feito pelo fotógrafo Bert Stern para a revista "Vogue" seis semanas antes de sua morte prematura, aos 36 anos. As fotos mostram que a grande deusa do cinema continua um ícone de sexualidade, e um mito incomparável, mesmo 45 anos após sua morte.
No ano passado, algumas fotos dessa série foram vistas no Museu Maillol, em Paris. No Brasil, parte da renda da exposição será revertida para o Instituto Rio, que administra o fundo "Vera Pacheco Jordão", que realiza mais de 60 projetos sociais na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O projeto "Marilyn Monroe - O mito" envolve ainda a publicação de um livro com as imagens da exposição, texto do próprio Bert Stern e ensaio de Diógenes Moura, curador de fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Do Rio, a mostra seguirá em itinerância para São Paulo, na Galeria Estação São Paulo, de 25 de janeiro a 25 de março de 2008.