O extravagante luto gerado pela morte de Michael Jackson levou alguns críticos a imaginar se um estrelato da mesma magnitude poderá surgir na era da internet, quando as opções de entretenimento são infinitas.
A morte súbita de Jackson, em 25 de junho, causou grandes demonstrações públicas de pesar pelo cantor, cujo álbum "Thriller", de 1982, é o mais vendido de todos os tempos, com vendas estimadas em 50 milhões de cópias. Na morte, os escândalos pessoais de Jackson deixaram de parecer tão importantes para os fãs e as pessoas que se deixaram apanhar pela emoção do momento.
"No mundo do YouTube, ninguém poderia reproduzir o efeito mundial de 'Thriller', de Michael Jackson", disse Jonathan Taplin, professor da Universidade Southern California. "Em 1983, eu estava pesquisando locações para um filme da Disney no Gabão e no Congo, e só se ouvia Michael Jackson no rádio", disse Taplin, que foi produtor de cinema e TV.
A Internet uniu o mundo de maneiras novas e pode transformar desconhecidos em astros em um momento, como ilustra o episódio de Susan Boyle, uma cantora britânica desajeitada que disparou da obscuridade à fama internacional quando sua apresentação em um programa britânico de talentos foi publicada no YouTube.
Mas esse tipo de fama é passageiro, e as sensações da Internet tendem a ser substituídas rapidamente. "Haverá milhares de Susan Boyles, mas não teremos novos Michael Jackson ou Beatles", disse Taplin.
Antes da ascensão da TV a cabo e da Internet, milhões de pessoas assistiam aos mesmos programas de grandes sucessos musicais na TV. Agora, a internet inundou o mundo de opções e diluiu as audiências.
Apelidado de "rei do pop", Jackson, 50, cantou com seus irmãos no conjunto "Jackson 5" antes de conquistar o estrelato solo com sucessos como "Billie Jean" e "Beat It", que ele promoveu por meio de videoclipes que romperam fronteiras, veiculados inicialmente pela rede musical de TV a cabo MTV.
Mas a MTV já não transmite horas de música no horário nobre e a Internet permite que qualquer um publique canções e vídeos. Para David Segal, do New York Times, isso provavelmente representa o fim da fama em nível semelhante ao conquistado por Jackson.
"É por isso que até Michael Jackson teria dificuldade para se tornar Michael Jackson hoje em dia", escreveu ele.
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