Uma rede de apoio se formou ao redor do escritor argentino Ricardo Piglia. Uma petição online com mais de 75 mil assinaturas pede ao plano de saúde do autor que forneça um medicamento de US$ 100 mil (R$ 401 mil) para o tratamento da esclerose lateral amiotrófica, da qual o escritor sofre.
Em novembro, uma decisão de um juiz argentino determinou que o Medicus, convênio de Piglia, entregasse o remédio ao autor de “Respiração Artificial” (Companhia das Letras). Dois meses depois, a decisão ainda não foi cumprida pela empresa.
O medicamento é o GM604, em fase experimental e fabricado pelo laboratório californiano Genervon. A substância se tornou conhecida em agosto do ano passado, quando pessoas comuns e celebridades passaram a postar vídeos jogando sobre si um balde de gelo. A atitude fazia parte de uma campanha para conquistar doações para as pesquisar sobre a esclerose lateral amiotrófica.
Também chamada de Doença de Charcot, a enfermidade causa uma gradual paralisia dos músculos.
A campanha do balde de gelo também pedia às autoridades de saúde americanas que liberassem os teste do remédio em seres humanos. Assim que os testes foram liberados, a família de Ricardo Piglia pediu ao plano de saúde o medicamento.
O escritor já teria tomado duas doses com recursos próprios -e, de acordo com sua família, teria tido melhoras significativas.
Ao jornal argentino “Clarín”, o plano de saúde afirmou que o remédio encontra-se em fase experimental nos EUA e não está disponível para venda na Argentina. O convênio ainda argumenta que não há um mecanismo de importação “de acordo com os padrões nacionais”.