José Padilha: “cultura precisa da organização mais inteligente, enxuta e eficiente”| Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons

Em meio à polêmica que envolveu a extinção e posterior manutenção do Ministério da Cultura, o cineasta José Padilha, diretor de “Tropa de Elite” e produtor da série “Narcos”, defendeu a política de incentivos fiscais para projetos culturais. Em entrevista ao Estado de S.Paulo, o diretor afirmou ser necessária uma organização mais inteligente do setor e alfinetou os críticos do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB). “Quem elegeu o Temer foram os eleitores da Dilma. Eu votei nulo”, afirmou.

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Ao tomar posse na presidência da República, Temer anunciou que iria extinguir o Ministério da Cultura e transformá-lo em uma secretaria vinculada à pasta da Educação. A medida gerou protestos de artistas e uma série de manifestações pelo país. Após a pressão, Temer voltou atrás e anunciou no sábado (21) que o ministério será mantido, sob o comando de Marcelo Calero.

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“O que me parece realmente importante é saber qual será a política cultural do pais, quanto do orçamento da União será alocado para a sua consecução, com base em que critérios e mecanismos será feita a alocação dos recursos disponíveis, e quem irá fiscalizar os produtores culturais que receberem estes recursos. A cultura precisa da organização mais inteligente, enxuta e eficiente possível para formular esta política e levá-la a cabo. O nome desta organização não me parece ser o mais importante. Sou a favor de chamá-la de Ministério da Cultura se isto acalmar o ânimo dos formadores de opinião do país”, disse Padilha sobre a manutenção da pasta.

O cineasta ressaltou ainda que em países como Inglaterra, França e Alemanha a cultura é apoiada financeiramente pelo Estado. “A ideia de que existe no Brasil uma ‘farra’ de artistas feita com incentivos fiscais, e que isso é uma distorção em relação ao resto do mundo, é uma ideia que não corresponde aos fatos”, disse.