O demerol, medicamento que o cantor Michael Jackson teria tomado pouco antes de morrer e apontado como uma das possíveis causas da morte, é um anestésico forte, perigoso, com grande risco de causar dependência e, no Brasil, tem uso restrito até mesmo em serviços de emergência médica.
Somente a necrópsia e os exames toxicológicos poderão definir a causa da morte do astro do pop, de 50 anos. À CNN, o advogado e porta-voz de Michael, Brian Oxman, afirmou que o cantor fazia uso abusivo de medicamentos. De acordo com a Fox News, doses do medicamento demerol, derivado de ópio, foram encontrados pela Polícia de LA na casa de Jackson. O carro do médico do cantor também foi apreendido pela polícia, que busca pistas para esclarecer a morte.
Trata-se de um medicamento semelhante à morfina, produzido em laboratório. Batizado no Brasil de dolantina, é indicado para alguns casos de dor intensa, como pacientes que sofreram cirurgias, infarto agudo do coração ou espasmos durante trabalho de parto. A própria bula recomenda, no entanto, que o remédio seja utilizado "sob rigoroso controle médico", pois pode "provocar dependência física" e tem, em sua lista de reações adversas possíveis, "depressão do centro respiratório", principalmente em caso de overdose.
Michael Jackson não estava respirando quando os paramédicos chegaram à sua casa após receber um chamado às 16h21 de quinta-feira, horário de Brasília. O cantor deu entrada no hospital UCLA Medical Centre em estado de coma. A morte de Jackson foi declarada às 18h26.
"O centro que controla a respiração, no cérebro, pode ser desligado pelo medicamento", explica o anestesista Marcelo Vaz Perez, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. "Nessas horas, o paciente 'esquece' de respirar."
Perez diz que os anestesistas brasileiros, seguindo orientação da Sociedade Internacional para o Estudo da Dor (IASP, na sigla em inglês), têm batalhado para reduzir a prescrição do medicamento nos pronto-socorros.
Por causar dependência, a meperidina (nome da substância ativa do demerol e da dolantina) faz com que o paciente passe a ter comportamento de viciado. "Ele vai ao hospital dizendo que está com dor, e insiste até receber uma dose da droga", diz.
O demerol também causa problemas em caso de interação com outras drogas. Seu risco é potencializado caso seja consumido com remédios para dormir, antidepressivos e álcool. O pai do cantor, Joe Jackson, afirmou que seu filho consumia regularmente remédios com prescrição médica.
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