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O Ministério da Saúde divulgou nota na manhã desta sexta-feira (15) na qual afirma que as cenas exibidas na novela "Páginas da Vida" em que o personagem Gabriel (Miguel Lunardi), portador do vírus da AIDS, tem seu diagnóstico dado por um médico sem observação de um exame de sangue, "não refletem o coletivo dos profissionais de saúde no atendimento, nem representam os procedimentos preconizados pelo Programa Nacional de DST e Aids do Ministério".

No último dia 12, antes do resultado do exame, o personagem Diogo (Marcos Paulo), um médico na trama de Manoel Carlos, olhou o paciente e disse: "Você está com Aids e sabe que está. Se não quiser morrer, terá que se tratar". O diagnóstico "a olho nu" gerou polêmica entre organismos ligados ao tratamento da Aids.

A cena também provocou descontentamento da Sociedade Brasileira de Infectologia, que já havia emitido nota afirmando que um médico não poderia concluir que um paciente é portador do vírus somente a olho nu. A Rede Globo respondeu: "Temos certeza que, em breve, estes mesmos críticos reconhecerão a contribuição que a nossa teledramaturgia dará para a prevenção deste mal".

O autor de "Páginas da Vida", Manoel Carlos abordou a Aids na novela por consideral que houve "um relaxamento" em relação à prevenção da doença. O autor perdeu o filho Ricardo, com Aids, em 1988, aos 33 anos.

A nota do governo afirma:

"Reconhecemos a liberdade criativa que toda obra artística tem de mostrar realidades possíveis. Contudo, esperamos, dado o alcance, a repercussão e o papel educativo que a novela potencialmente têm junto à sociedade brasileira, que haja um contraponto que possibilite esclarecimentos sobre condutas profissionais científicas e éticas mais adequadas".

Leia a ítegra abaixo:

"NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em relação à novela "Páginas da vida", que abordou o diagnóstico de um personagem vivendo com HIV e Aids, na Rede Globo de Televisão, temos os seguintes esclarecimentos a fazer:

1 – As cenas apresentadas na novela podem apresentar algumas situações em serviços de atendimento de saúde, mas não refletem o coletivo dos profissionais de saúde no atendimento, nem representam os procedimentos preconizados pelo Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde para atender as pessoas que vivem com HIV e aids. Um conjunto de sinais e sintomas pode indicar a suspeita de um diagnóstico, mas este deve sempre ser confirmado por meio de exames confirmatórios.

2 – Reconhecemos a liberdade criativa que toda obra artística tem de mostrar realidades possíveis. Contudo, esperamos, dado o alcance, a repercussão e o papel educativo que a novela potencialmente têm junto à sociedade brasileira, que haja um contraponto que possibilite esclarecimentos sobre condutas profissionais científicas e éticas mais adequadas.

3 – O tema das pessoas que vivem com o HIV e Aids é uma das prioridades do Programa Nacional de DST e Aids, sendo, inclusive o foco da campanha brasileira do Dia Mundial de Luta contra a Aids, que tem como slogan "A Vida é mais forte que a aids". A campanha é protagonizada justamente por pessoas que vivem com HIV, de forma a combater a discriminação, o preconceito e o estigma que envolve o viver com a doença. Dessa forma, colocamo-nos à disposição dos profissionais da Rede Globo de Televisão para qualquer informação técnica sobre o tema.

Mariângela SimãoDiretora do Programa Nacional de DST e AidsMinistério da Saúde

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