Muito cedo para falar em Oscar? Hollywood não acha. Sete meses antes do anúncio dos vencedores, a meca do cinema começa a badalar alguns filmes ainda desconhecidos do público, mas que prometem disputar a cobiçada estatueta.
O próximo filme de Steven Spielberg, "Münich", é um dos mais comentados. O longa conta a história de um agente do Mossad, serviço secreto israelense, que persegue terroristas palestinos envolvidos no assassinato de atletas de Israel na Olimpíada de 1972. Apesar de as filmagens terem começado apenas há poucos dias, a crítica norte-americana já dá por certa sua candidatura ao Oscar.
O novo trabalho do diretor Jim Jarmusch, "Broken flowers", também tem atraído muita atenção. O filme, que estréia esta semana nos EUA, é protagonizado por Bill Murray, indicado ao Oscar em 2004 por "Encontros e Desencontros". Mas poucos acreditam que o eterno outsider Jim Jarmusch possa receber um prêmio da Academia.
O mesmo acontece com a sátira bélica "Jarhead" (do diretor Sam Mendes, que recebeu um Oscar por "Beleza americana"), o drama político "Syriana" e o mais recente de Woody Allen, "Match Point", filmes que por enquanto não entraram no radar do Oscar. Mas sempre há a possibilidade de que aconteça em 2006 o mesmo que aconteceu na cerimônia desse ano, quando, contrariando todos os prognósticos, "Menina de Ouro" e "Sideways" foram premiados.
Um ano atrás, ninguém conhecia estes dois filmes. "Menina de Ouro" não tihha sequer sua estréia prevista para o ano em que terminou por levar quatro dos principais prêmios da Academia (Melhor Filme, Diretor, Atriz e Ator Coadjuvante).
A regra de ouro para triunfar no Oscar é manter os candidatos frescos na memória dos integrantes da academia. Raramente a estatueta vai para um filme que estreou nos primeiros seis meses do ano. Mas sempre há exceções para confirmar a regra: "Gladiador", de 2000, "Beleza Americana", de 2001, e "Seabiscuit", de 2003, são apenas alguns dos que foram indicados apesar de terem estreado cedo.
Esta é a esperança das únicas estréias da temporada que deram o que falar até agora, como "Cinderella Man", com Russel Crowe e Julia Roberts, e "Crash". A revista americana "Entertainment Weekly" selecionou outros filmes que podem sair com algum prêmio da cerimônia do ano que vem, como "All the king's men", "Brokeback mountain", "Elizabethtown" e o novo filme de David Cronemberg, "A history of violence", protagonizado pelo astro de "O senhor dos anéis", Viggo Mortensen.
Dois dos filmes mais comentados do ano, "Memoirs of a Geisha" e "King King" (superprodução dirigida por Peter Jackson e estrelada por Adrien Brody e Naomi Watts) podem acabar prejudicados pela própria fama. Nem sempre o marketing é a chave para o sucesso no Oscar.
Mas ainda há esperança para todos os filmes. A lista final de indicados sempre sofre a influência do "fator surpresa", difícil de ser previsto por qualquer crítico. Faltando cinco meses para o anúncio das indicações, apenas um filme tem lugar garantido entre os nomeados. É o documentário "A viagem do imperador", que acompanha um ano na vida dos pinguins imperadores da Antártida. A calorosa recepção de crítica e público fez do filme o favorito na categoria Documentário.
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