Histórias individuais, como numa novela, são destaque| Foto: Laurie Sparham/Divulgação

Sequências europeias já chamam a atenção por existir: elas são raras. O Exótico Hotel Marigold 2 também impressiona por ser bom. Aliás, bem bom. O segredo do longa está em dotar seu amplo grupo de personagens de histórias individuais, alternadas como numa novela. A velocidade com que as tramas se desenvolvem se revela uma estratégia para que o filme não caia na mesmice de uma novela, o que deve fazer desta comédia adulta filmada na Índia um sucesso tão grande quanto foi o primeiro filme.

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O frenesi da alternância de subtramas é embalado por cenas em Jaipur e Bombaim, incluindo imagens aéreas noturnas, e por muita batucada indiana. A sonoplastia segue o coração de Sunaina (Tina Desae), noiva de Sonny (Dev Patel): a garota deseja executar uma dança moderna no estilo hip-hop-glamour em seu casamento com o atrapalhado gerente de hotel especializado em terceira idade (só que ele terá que treinar muito para isso).

A sequência já começa com os planos de ampliação por parte do visionário (lunático?) rapaz. A situação se torna intragável com a chegada do amigo do cunhado, que tem dinheiro mas provoca ciúmes insuportáveis em Sonny.

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Enquanto eles lidam com essa macrotrama, quem causa mais compaixão é o casal formado por Judi Dench e Bill Nighy, que flerta mas tem dificuldade em se declarar. A presença sarcástica de Maggie Smith também ganha bastante espaço na continuação, para benefício do fã dessa incrível atriz de 80 anos.

Outra presença de relevo é a entrada de Richard Gere no ecossistema do hotel. Seu personagem responde pelo quesito choque cultural, que era uma questão importante no primeiro filme.

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Nas outras subtramas, Ronald Pickup vê seu personagem enfrentar o dilema da monogamia, enquanto Celia Imrie aprofunda e questiona o caráter caçadora de homens de sua Madge.

Como ponta solta fica o conflito pela propriedade do estabelecimento entre os irmãos de Sonny, que fora mencionada no primeiro filme. Apesar do iminente sucesso, o diretor John Madden afirma ser muito improvável partir para uma nova sequência, porque seu instinto pediria por uma reviravolta na história e por novas mortes, o que não agradaria os estúdios.

Em tempo: o título em inglês traz mais informação do que a versão em português (The Second Best Exotic Marigold Hotel, ou “o segundo melhor Hotel Exótico Marigold”).