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Infância e futebol. Ao unir esses dois elementos em O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, Cao Hamburger acerta em cheio na memória afetiva do espectador brasileiro, que certamente vai se identificar com a história do menino Mauro, mesmo não tendo vivido a época retratada no filme. A empatia deve ser ainda maior junto ao público acima dos 30 anos, que cresceu jogando futebol na rua, algo não muito comum hoje em dia. Para contrabalancear esse lado mais masculino da história, o diretor cria o conflito da perda momentânea dos pais, outra situação de fácil e abrangente identificação.

Com todos esses requisitos em mãos, teria sido muito fácil para Cao Hamburger trilhar o caminho do melodramático, escolha que facilmente agradaria um público acostumado aos folhetins televisivos (mesmo no cinema). Mas, ele insere subjetividade na trama, pontuada com vários silêncios e momentos de introspecção e solidão do personagem central – a produção chega a ter um tom sombrio no início. Bem equilibrados, o humor e a alegria também se fazem presentes na história (com o Brasil na Copa) e, no final, o filme conquista e emociona a platéia sem apelações. GGGG

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