Homem Piano – Uma Instalação para a Memória deriva de uma proposta de trabalho feita aos atores da CiaSenhas em 2008. Cada um deveria escolher um fato real noticiado pelos meios de comunicação de um modo espetacularizado. E investigar o que havia de humano naquela história, mas passava batido pela mídia.

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Em abril de 2005, um suposto pianista foi encontrado desmemoriado em uma praia de Kent, no Reino Unido. Por quatro meses, o jovem permaneceu em silêncio. Não bastasse o mistério de sua identidade, despertou a curiosidade mundial quando os médicos contaram que ele seria um exímio pianista: daí veio seu apelido, o "homem do piano". A verdade em relação ao talento musical foi mais tarde questionada, mas o que interessava ao ator Luiz Bertazzo era menos os factoides e mais o enigma de um ser humano desatrelado de qualquer lembrança.

"O Luiz desenvolveu o seu projeto a partir dessa tensão de estar no mundo sem ter boas ou más memórias", diz Suely Araújo, resposnável pela dramaturgia e direção do espetáculo Homem Piano.

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O ator não chegou a entrar em contato com o homem que o motivou na criação. Sua matéria-prima era tudo o que chegava pela mídia, encarado pela companhia como documentos. O trabalho de pesquisa continuou 2009 adentro. Naquele ano, Bertazzo apresentou uma versão ainda fora do formato atual na Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Em 2010, a conquista do prêmio Myriam Muniz trouxe a oportunidade de retomar o processo e levá-lo enfim à cena.

Além de Bertazzo, outras três atrizes da CiaSenhas participaram do projeto, batizado de Narrativas Urbanas. Greice Barros optou pela notícia de um pai que esqueceu o filho no carro. Anne Celli, por uma figura psicopata. E Patricia Saravy pela história de uma vaca. Todas essas estão incubadas, esperando ganhar potência para virar espetáculo no futuro.

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