O filme mais recente de Jane Campion, em exibição no Festival de Cinema de Cannes, retrata a paixão entre o poeta romântico John Keats e sua amada de adolescência Fanny Brawne, mas não é uma cinebiografia, disse a diretora neozelandesa.
Bright Star traz Campion, 55 anos, de volta ao festival de cinema onde ela ficou famosa em 1993 com O Piano, outro romance do século 19 que lhe valeu a Palma de Ouro de Cannes e o Oscar de melhor filme, no mesmo ano.
Dizendo estar "empolgada e temerosa" por estar voltando a Cannes, onde ainda é a única mulher a já ter ganho o grande prêmio da competição, Campion falou que se esforçou para evitar os clichês que podem roubar a essência de muitos filmes de época.
O filme inclui imagens coloridas e belas como as que marcaram os filmes anteriores da diretora, além de performances muito naturais do elenco, incluindo os dois protagonistas: a atriz australiana Abbie Cornish como Fanny e o britânico Ben Whishaw como Keats.
"O importante foi contar uma história muito íntima e não destacar o fato de ser um filme de época", disse ela em coletiva de imprensa após a primeira sessão do filme na sexta-feira, em que "Bright Star" foi recebido com entusiasmo.
"Esta não é uma cinebiografia. É uma história inspirada na história de Keats e Fanny, contada desde o ponto de vista de Fanny. É uma história de amor."
Keats ainda lutava para firmar seu nome como poeta quando conheceu Fanny Brawne, em 1818. A relação entre eles se aprofundou no ano seguinte, quando ele se mudou para a casa ao lado da residência da família dela, em Hampstead, uma vila de Londres, e os dois se apaixonaram perdidamente.
Nos poucos anos que passaram juntos até a morte dele, aos 25 anos de idade, Keats escreveu alguns de seus maiores poemas, incluindo Ode to a Grecian Urn e Ode to a Nightingale, além de cartas de amor nas quais Campion se inspirou para fazer o filme.
Campion disse que adora a poesia de Keats, mas que se encantou igualmente com a figura de Fanny Brawne, que, quando ela e Keats primeiro se conheceram, era uma adolescente mais interessada em roupas e costuras que em poesia.
"Me apaixonei por Fanny, tanto quanto por Keats", disse Campion, mas acrescentou que "morreu de medo" de dar voz a uma jovem espirituosa e animada cujas cartas a Keats foram queimadas pelo poeta.
"Ela era famosa por seus chistes. Era muito espirituosa, e eu não sou", disse Campion, revelando que, para criar a personagem de Fanny, se inspirou na vivacidade de sua própria filha de 13 anos, Alice.
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